Em 1998, foram diagnosticados mais de 747 mil novos casos, entre os quais 10% em criancás, e a maioria deles em países em desenvolvimento. Apesar dos esforços das organizaçoes nao governamentais, apenas 800 mil doentes recebem tratamento.

Enfermidade que afeta os nervos periféricos, a lepra se manifesta primeiramente através da apariçao de manchas claras na pele, área perde a sensibilidade.

O bacilo da lepra se estende pelas camadas protetoras dos nervos e impede que os glóbulos brancos possam atacá-lo. Depois provoca uma inflamaçao dos nervos, que ficam compridos dentro de suas camadas protetoras e provocam a deformaçao dos membros.

As portas de entrada e de saída do bacilo podem ser as vias respiratórias e, em menor grau, a pele. O bacilo pode viver vários dias em partículas de gotas ou no pó, por isso sua transmissao é facilitada pela falta de higiene e promiscuidade.

Verdadeira revoluçao terapêutica nos anos 80, o tratamento com três antibióticos combinados (triterapia) já permitiu a cura da metade dos leprosos, mas para ser eficaz, esse tratamento deve ser seguido rigidamente durante seis meses para os casos de lepra menos graves e 12 meses para a variaçao mais contagiosa da doença (multibacilar).

Tratados a tempo, os doentes podem escapar das graves seqüelas da doença: cegueira, deformaçoes, paralisia, amputaçoes.

Doença milenar, já mencionada em textos com mais de 4 mil anos de antigüidade e que já foi considerada ``obra do diabo' ou ``vingança divina', a lepra se propagou pelos cinco continentes através das Cruzadas, invasoes, guerras, tráfico de escravos e migraçoes humanas mais pacíficas.

O bacilo que a produz foi identificado em 1873 pelo médico norueguês Gerhard Hansen, cujo nome passou a designar a doença.

A India, onde foram registrados mais de 600 mil novos casos em 1998, conta com 62 % dos leprosos do mundo. Mais 40 mil foram diagnosticados no Brasil e o resto, ou seja, 100 mil casos, na Indonésia, Birmânia, Nigéria, Moçambique, Guiné, Nepal, Etiópia, República Democrática do Congo, Níger, Camboja e Madagascar. Alguns focos subsistem na Europa, nas zonas mais pobres da Grécia, Turquia, Itália, Espanha, Portugal e Romênia nos países da CEI (antigos membros da URSS), e na Luisiana (EUA).