Prefeitura envia projetos à Câmara nos quais pede autorização para buscar financiamento de R$ 165 milhões; vereador questiona
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A Prefeitura de Mauá, sob comando do prefeito Marcelo Oliveira (PT), enviou quatro projetos em que pede aval da Câmara para buscar empréstimos de R$ 165 milhões. A medida pode ampliar o endividamento da cidade, que já atravessa crise crise financeira.
Os projetos, enviados à Câmara em regime de urgência, solicitam empréstimo de R$ 40 milhões junto à Caixa, R$ 40 milhões com o Finisa (Financiamento à Infraeatrutura e ao Saneamento), mais R$ 35 milhões com o Banco do Brasil e R$ 50 milhões com o Desenvolve SP, agência de fomento vinculado ao governo do Estado de São Paulo. Os recursos seriam destinados a obras de recapeamento, compra de móveis, aquisição de equipamentos, serviços de manutenção e obras em próprios públicos, entre outros.
Vereador da cidade e presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), bloco que avalia projetos que chegam à Câmara, Sargento Simões (Avante) avalia que o valor requisitado pela gestão petista junto às instituições financeiras é muito alto, e pode colocar em risco a saúde financeira do município. Na manhã de ontem, o parlamentar pediu reunião com os dois outros integrantes da comissão, Samuel Enfermeiro (PSB) e Vaguinho do Zaíra (PSD), mas não obteve êxito.
"Mesmo sem o apoio dos outros vereadores, estou elaborando requerimento e encaminhando ao MP (Ministério Público), porque sozinho não vou conseguir derrubar o empréstimo. Eles (administração) estão comandando a Prefeitura de forma errada. Gasta mais do que pode e depois pega dinheiro emprestado", pontuou Sargento Simões.
Os pedidos de empréstimo do prefeito Marcelo Oliveira de fato causam certa estranheza, já que o petista sempre foi crítico à saúde financeira da cidade quando era vereador. No ano passado, por exemplo, o prefeito abriu mão de receita da ordem de R$ 3 milhões ao bancar 50% de desconto no ISS (Imposto Sobre Serviços) da empresa Suzantur, concessionária do transporte público municipal.
Desde 2018, Mauá enfrenta problemas de caixa, situação que se agravou com a pandemia do novo coronavírus, nos últimos dois anos. Um dos sintomas dessa falta de verba municipal pode ser confirmado no auxílio que o município pediu ao Estado, liderado pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), para custear parte da operação do Hospital Municipal Dr. Radamés Nardini. O Palácio dos Bandeirantes anunciou, na semana passada, a liberação de R$ 16 milhões ao equipamento de saúde.
O prefeito sempre defendeu que o governo participasse de espécie de rateio por entender que Mauá não tinha fôlego financeiro para bancar sozinho a operação do hospital, que também atende moradores de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, entre outras cidades.
Questionada sobre o destino dos empréstimos, a Prefeitura informou que o valor seria usado para "reconstrução da cidade".
"A partir de trabalho sério desenvolvido pela atual gestão, desde janeiro de 2021, ao promover ações para resgatar a credibilidade da cidade, entre as quais colocar em dia os pagamentos com fornecedores, a Prefeitura volta a ter capacidade de buscar novos investimentos para atender às necessidades de melhoria na infraestrutura do município", informou o Paço, em nota.
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