Setecidades Titulo Milagre
Família celebra alta de bebê que nasceu com 500 gramas

Maria Fernanda, que veio ao mundo no Hospital da Mulher de Sto.André, completa 7 meses de vida em casa

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
14/06/2022 | 00:01
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


Um milagre. É assim que Mariluce Aparecida da Silva, 34 anos, e Carlos Henrique do Nascimento, 33, definem a vida de sua filha, Maria Fernanda, que completou, ontem, sete meses. Em novembro de 2021, a bebê chegou ao mundo pesando pouco mais de 500 gramas, na 25ª semana de gestação. Depois de muitas lutas, na última sexta-feira, Maria Fernanda, com 3,18 quilos recebeu alta do Hospital da Mulher de Santo André, onde nasceu.

Durante consulta do pré-natal em UBS (Unidade Básica de Saúde) da cidade, equipe médica verificou que Mariluce estava com a pressão arterial elevada e foi encaminhada para o cuidado hospitalar, onde foi medicada. No dia seguinte, 13 de novembro, retornou ao Hospital da Mulher com dores de estômago. Foi quando recebeu o diagnóstico da Síndrome Hellp (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas) e de eclâmpsia. Em atendimento de urgência, a equipe médica decidiu realizar a cesariana para salvar mãe e bebê. 

“O médico falou para mim que seria muito complicada a cirurgia. Talvez nenhuma das duas sobreviveriam. A gente percebia que eles estavam muito preocupados com a situação. Foi quando eu fui para o lado de fora do hospital e pedi a Deus para fazer um milagre na vida das duas. Subi naquela rampa (do hospital), olhei para o Céu e pedi para Deus cuidar das minhas meninas”, recorda Carlos.

Logo após o parto, Maria Fernanda, considerada uma bebê prematura extrema, foi levara à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, onde permaneceu internada nos meses seguintes. “É um processo sempre longo, que tem muitos percalços. Tudo o que a gente ia fazer dentro do útero a gente teria que fazer do lado de fora, com mecanismos tecnológicos. O principal problema, geralmente, é o quadro infeccioso, que a gente não consegue controlar. Ela teve diversar intercorrências nesse sentido, porém conseguiu evoluir clinicamente, estável, conseguiu ganhar peso e, depois de sete meses, está indo para casa”, explicou o médico do Hospital da Mulher, Guilherme Belmonte, no dia da alta.

Maria Fernanda precisou ser entubada enquanto seus pulmões ainda estavam se desenvolvendo, por quase três meses. Sua alimentação, durante toda a internação, foi complementada por meio de sonda. “Cada semana era um probleminha novo que surgia. Ela pegou bactéria várias vezes. Daí entravam com antibiótico. Quando a gente achava que ela estava melhor, vinha uma anemia”, contou o pai de Maria Fernanda. 

Tantos desafios geraram preocupação, mas não desanimaram a família. “Sentia um pouco de medo. Não sabia o que ia ver quando chegasse no hospital. Mas ela foi me fortalecendo. Mesmo nos dias mais difíceis, sabia que sairia de lá com ela em meus braços”, disse Mariluce. 

Cada pequena conquista na vida de Maria Fernanda é celebrada como uma grande vitória. Da sucção do leite materno ao choro que indica a fome e fica um pouco mais forte a cada novo dia. “A gente sempre escuta histórias. Mas quando o milagre acontece com a gente, é diferente. Deus fez a parte dele. A Maria Fernanda lutou, nós apoiamos. Os médicos fizeram aquilo para o que vieram. E todos os nossos amigos e familiares ajudaram, com orações, com todo o suporte”, afirmou Carlos, que enaltece o trabalho da equipe do hospital.

Durante os sete meses de internação, a luta de Maria Fernanda foi inspiração para outras famílias. “Acreditamos que há um propósito de Deus em nossa vida”. agradeceu Mariluce, enquanto segurava, na sala de casa, a filha nos braços. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;