Quem procurou ontem o Pronto Atendimento Central, em Santo André, esperou, em média, até sete horas para receber o serviço médico. De acordo com a Prefeitura de Santo André, normalmente, quatro médicos trabalham na unidade. Ontem, apenas dois profissionais prestaram atendimento. Segundo a administração, um médico estava de férias e outro pediu exoneração na semana passada e ainda não foi substituído.

À tarde, já impacientes com a morosidade, dezenas de pessoas aguardavam atendimento na entrada da unidade. Acompanhando a filha de 20 anos, que se queixava há cinco dias de fortes dores na nuca, o motorista Paulo Aparecido Barbosa, 51, desistiu de esperar assim que entrou no prédio. "Chegamos às 17h15. Disseram que iria demorar, pelo menos, seis horas", reclamou o morador do Parque Novo Oratório.

Sem condições de se deslocar para outra unidade, vomitando e com fortes dores na barriga, a ajudante geral Denise de Freitas Silva, 24, permaneceu por mais de sete horas na unidade. "Passei mal no trabalho e corri direto para cá. Fiquei esperando o atendimento sem me alimentar. Consegui fazer exame de sangue e urina, mas ainda preciso voltar amanhã (hoje)", disse Denise exibindo a ficha de atendimento que informa chegada às 10h17 e saída às 17h35.

Além de adolescentes e adultos, idosos foram obrigados a ficar por horas na recepção à espera de um médico.