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Risco de inflação persiste no segundo semestre
01/08/2010 | 07:19
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Os riscos inflacionários persistem para segundo semestre e 2011, apesar do resultado favorável exibido por vários indicadores de preços nos dois últimos meses. Em junho, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou inflação zero e o IPCA-15 de julho teve deflação de 0,09%. O IGP-M (Índice Geral de Preço Mercado) atingiu a menor variação do ano em julho e subiu 0,15%. A inflação bem comportada foi um dos motivos que levaram o Banco Central a reduzir o ritmo de alta da taxa básica de juros, a Selic.

Mas os economistas alertam para fatores que podem desequilibrar esse cenário favorável, como a alta dos preços do alimentos, os dissídios salariais de grandes categorias e a forte indexação que persiste na economia.

"A batalha da inflação não está ganha", afirma a economista chefe da BRAM (Bradesco Asset Management), Ana Cristina Gonçalves da Costa. Ela observa que os índices baixos resultaram de uma coincidência de fatores transitórios. Entre eles, ela aponta a correção da alta exagerada dos alimentos no início do ano, a liquidação antecipada de itens de vestuário e a grande safra de cana, que reduziu os preços do etanol.

Na opinião do economista chefe da MB Associados, Sergio Vale, a alimentação poderá ser problema para no segundo semestre. Também o economista chefe da Sul América, Newton Rosa, alerta para o quadro adverso de oferta de alimentos no segundo semestre.

"Poderemos ter surpresa", diz ele, que tem dúvidas sobre a continuidade dos baixos índices.
Dados do IGP-M mostram que os preços das matérias-primas brutas agropecuárias subiram 0,90% em julho, ritmo maior que no mês anterior (0,27%).

CONTRAPONTO - Fabio Silveira, da RC Consultores, não vê a inflação sob risco. "É preciso avaliar a formação de preços em escala global. Hoje, no mundo, as cotações das matérias primas estão razoavelmente controladas e o Brasil é razoavelmente globalizado."




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