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COE dá dicas de como sobreviver a uma trilha
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
24/08/2002 | 18:29
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Enfrentar horas de caminhadas, em condições de tempo nem sempre favoráveis, já é um grande desafio para leigos que se interessam em se aventurar por trilhas na Serra do Mar, a partir da Vila de Paranapiacaba, em Santo André. Atrativo, o programa pode virar problema caso não sejam tomadas algumas providências antecipadamente.

Nos caminhos que levam à cachoeira da Pedra Lisa e ao Poço das Moças, a trilha em ziguezague é original, ou seja, intocada, e a mais usada por praticantes experientes e leigos. Desgastada e bastante acidentada, na trilha existem várias clareiras onde as pessoas aproveitam para acampar (a prática é proibida) e acender fogueiras. No percurso, também nota-se a existência de trechos desmatados.

Segundo informações do COE (Comando de Operações Especiais) da Polícia Militar, são os próprios usuários que criam bifurcações no percurso que podem confundir trilheiros e levá-los para dentro da mata fechada. “Cerca de 70% dos casos de resgate de perdidos e acidentados acontece nas trilhas que partem do vilarejo. O problema dos percursos secundários é que, geralmente, não levam a lugar nenhum”, disse o capitão do COE Reinaldo Rossi. Ele afirmou que até junho deste ano o comando registrou 35 ocorrências e três mortes, sendo duas na Serra do Mar. “A maioria dos acidentes acontece por abuso de álcool, entorpecentes ou falta de planejamento do passeio”, afirmou.

Para o monitor Marco Antônio Maria, integrante do grupo de monitores de Paranapiacaba, na ausência de um instrutor, o melhor a fazer é sempre optar pelos caminhos de terra batida mais largos. “Aconselho também demarcar o caminho com fitilhos para que se torne mais difícil perder a noção de direção”, disse.

Ele explicou que o ideal é percorrer o caminho em grupo, com roupas confortáveis e sempre equipado com material de sobrevivência. Antes de sair, a pessoa deve ainda avisar a família e o COE. “É também aconselhável cronometrar o tempo. O de descida não deve ser muito menor do que o de subida. As pessoas devem chegar na trilha cedo (por volta das 7h) e sempre estar preparadas para enfrentar névoas e mudanças bruscas de tempo, que são bem comuns em Paranapiacaba”, afirmou o monitor. Na escolha por um monitor, o preço médio é de R$ 10 por pessoa.

São essas alterações de clima que também podem causar situações de hipotermia. “Na mochila, o trilheiro obrigatoriamente tem de levar uma roupa seca. À noite, antes de dormir, precisa colocar peças quentes. De dia pode andar sem problema com as roupas molhadas”, afirmou o capitão do COE.




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