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Genoíno reúne executiva do PT para fechar apoio ao mínimo
23/05/2004 | 21:25
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O presidente do PT, José Genoíno, reúne nesta segunda-feira em São Paulo a executiva nacional do partido na tentativa de fechar o apoio da cúpula ao salário mínimo de R$ 260, proposto pelo governo. “Vou defender a tese de que o país não tem condições de discutir um aumento maior para o salário mínimo”, antecipou Genoíno. Ele propõe que o PT seja muito claro nessa questão “porque será o condutor de toda a base aliada no Congresso”.

A idéia é aproveitar os dez dias de viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China para costurar o apoio do PT à proposta, que só será votada depois da volta de toda a comitiva presidencial ao país. A manifestação da executiva nacional é o primeiro passo para o fechamento de questão em favor do governo nas bancadas da Câmara e do Senado.

“Como esse assunto é estratégico para o governo, a executiva vai tomar posição e defender que, em relação ao voto, tenhamos unidade, embora o partido sempre garanta o direito de crítica e contestação, que é legítimo”, argumentou Genoíno.

Conseguir a unidade dos deputados e senadores do PT não será trabalho fácil. Mesmo diante dos argumentos do governo, os petistas apresentaram três propostas alternativas à do Palácio do Planalto: uma que eleva o mínimo para R$ 280; outra que propõe R$ 295 e uma terceira, de autoria do senador Paulo Paim (RS), sugerindo que o novo salário seja de R$ 303. Mas o presidente do PT insiste que o governo já fez o que pôde: “Deu um aumento que todos achamos pouco, mas foi ao limite”.

Política – Genoíno vai dizer na executiva que, agora, a tarefa do partido e do governo é fortalecer a tendência de recuperação econômica do setor produtivo. Para facilitar as negociações com o PT e seus aliados na Câmara e Senado, vai sugerir que se firme um compromisso entre Planalto, centrais sindicais e Congresso em torno de uma política concreta de aumento real do mínimo para a segunda metade do governo Lula.

“Podemos nos sentar à mesa e discutir já uma proposta de correção do mínimo em 2005 e 2006, o que também será bom para evitar que o governo se desgaste com novas negociações daqui a um ano”, argumentou o presidente do PT.

A seu ver, o governo não pode alterar as metas de superávit ou de inflação para dar aumento ao salário mínimo, pois dessa forma os juros não poderão cair. Acrescentou, ainda, que tampouco o Planalto poderia tirar recursos da reforma, porque seria “desvestir um santo para vestir outro”. “Temos que deixar esse lado de turbulências e jogar tudo no crescimento”, propôs o petista.




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