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Os bons tempos estão de volta. Pelo menos em um espaço novo na capital paulista que se propõe a ser uma espécie de oásis da boa música e do respeito ao artista e ao público: o Teatro Fecap. É lá que Paulinho da Viola retomou, na quarta-feira, a maratona de shows que vai durar até 8 de outubro. Uma temporada como não ocorria na cidade há 17 anos.
E ter Paulinho em uma temporada, num espaço intimista e bem equipado como este faz toda a diferença. Na noite de estréia, em um show para convidados, o artista fez uma apresentação sensível, emocionante, de inequívoco bom gosto e qualidade.
Tinha ao alcance das mãos violão e cavaquinho e os alternava a todo instante, recheando esses momentos com conversas deliciosas digiridas ao público. Aproveitou a grande descontração e a soberania que desfruta neste palco para interpretar novos e antigos sambas que escolheu a dedo.
Matou as saudades de cantar Chuva/Cantando, homenageou Sidney Miller com o belíssimo Nós, Os Foliões, e esbanjou clássicos como Nervos de Aço, Dança da Solidão e Coração Leviano.
Há que se destacar a participação dos chorões paulistanos Izaías (bandolim) e Israel (violão de 7 cordas) e a execução solo, ao violão, de João Rabello, filho de Paulinho. Mas um dos pontos altos é o momento em que Paulinho fica só com violão e voz. “Esse é um momento que posso cantar o que quiser. Hoje nem consegui pensar direito, mas vamos ver no que dá”, disse o modesto artista, ao que a platéia respondeu com sorrisos. E Paulinho ‘atacou’ de Cartola e Valzinho. Impagável.
O musicólogo Zuza Homem de Mello saiu com ótimas impressões: “A obra nova é maravilhosa. A geração dos anos 60 continua imbatível”. O show é imperdível.
Paulinho da Viola – Show. No Teatro Fecap – av. da Liberdade, 532, São Paulo. Tel.: 0800-551902. De quinta a sábado, às 21h; domingo, às 19h. Ingr.: R$ 80 e R$ 40 (meia entrada). Até 8 de outubro. www.fecap.br
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