Economia Titulo Mercado de caminhões
Mercedes faz acordo e mantém 1.500 empregos
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
30/05/2012 | 07:15
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Tiago Silva/DGABC


Os 1.500 empregos que estavam ameaçados na Mercedes-Benz por conta do desaquecimento do mercado de caminhões foram garantidos, até novembro, após acordo firmado ontem entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. De janeiro a abril, as vendas do setor recuaram 9% e, a produção, 30%, frente ao mesmo período do ano passado.

Os 9.000 trabalhadores do chão de fábrica da planta de São Bernardo começaram a ficar preocupados depois de um aviso, disparado na semana passada pela diretoria da Mercedes, de que havia excedente de mão de obra de 1.500 pessoas. Após conversas com o sindicato, a montadora e a entidade decidiram pela suspensão temporária do contrato de trabalho, também chamada de lay-off. Os profissionais que tiverem menos tempo de casa ficarão afastados da linha de produção por cinco meses e, durante esse período, farão curso de qualificação profissional no Senai de 60 horas mensais, 300 horas ao todo, e receberão bolsa de R$ 1.163 do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Como o salário bruto médio desses profissionais é de R$ 3.200, sendo o líquido de R$ 2.800, a Mercedes vai complementar o restante. Neste caso, os operários receberão da empresa cerca de R$ 1.637 mensais. Por lei, eles continuarão ganhando férias, 13º salário, reajustes, Participação nos Lucros e Resultados - que deve ser definida até o fim de junho - e plano de saúde. Em contrapartida, como estarão afastados da fábrica, eles não contribuirão com o INSS e a montadora não recolherá o FGTS.

Fazem parte desse contingente os 480 trabalhadores que estão afastados por licença remunerada até o dia 4. Como parte desses contratos vencia em maio e agosto, foi definido que serão prorrogados até o dia 11 de novembro, quando vence o lay-off.

"Utilizamos até o limite mecanismos como férias coletivas (em abril), licença remunerada (em maio) e banco de horas (de nove dias)", comentou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. "Trabalhador desempregado para de consumir e a indústria não produz."

Para o vice-presidente de recursos humanos da Mercedes, Fernando Fontes Garcia, em momento algum foram medidos esforços para manter os profissionais. "Perder pessoas com formação não é bom para ninguém", destacou.

O executivo e o sindicalista afirmaram que ainda não pararam para pensar na situação dos trabalhadores de Juiz de Fora (MG) e Campinas (SP). Segundo Nobre, porém, as medidas devem ser suficientes e o mercado deve ser retomado no segundo semestre. Em Juiz de Fora, houve férias coletivas de dez dias e na semana passada a produção parou por cinco dias.

Na Scania, foi aprovado na semana passada acordo que garante os empregos na fábrica até dezembro. Ficou definido que a produção poderá parar por 20 dias no ano. Até agora houve pausa de quatro dias e, até o fim de agosto, estão previstos mais 13. A Volkswagen já parou por nove dias e segue com semana de quatro dias de trabalho, assim como a Ford - onde já houve 21 dias de parada desde o início do ano.

 




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