O ritmo de crescimento da indústria de material de construção já beira o nível pré-crise. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as vendas ficaram apenas 0,01% abaixo do registrado no mesmo período de 2008. A projeção da Abramat (Associação Brasileira de Materiais de Construção) é que o setor bata recorde ao atingir faturamento de R$ 112 bilhões.
Até julho, o avanço nas vendas internas de material foi de 18,10%. No mês passado, o resultado também atingiu alta de 9,43%. "A recuperação foi rápida. Iria levar mais tempo não fossem as ações do governo", afirma o presidente da Abramat, Melvyn Fox.
O forte crescimento no período explica-se pelo resultado ruim do ano passado, cuja recuperação veio somente a partir do terceiro trimestre de 2009. A expectativa é encerrar o ano com aquecimento nas vendas de até 6,5% frente a 2008, que contabilizou movimentação de R$ 105 bilhões.
BÁSICOS
O desempenho na comercialização de materiais básicos superou o atingido pelos produtos de acabamento nos indicadores de faturamento entre janeiro e julho. Descontando a inflação, houve aumento de 19,28% frente a de 2009.
Fox explica que isso acontece porque a quantidade de obras sendo lançadas pelo mercado imobiliário é grande. "A tendência é que nos próximos dois anos a venda de material para acabamento esteja performando melhor."
Por enquanto, a comercialização de itens para finalização de obra cresceu 15,77% nos primeiros sete meses deste ano. Devido ao intenso ritmo de crescimento, a previsão é que o segundo semestre tenha bons resultados. Normalmente, 55% das vendas concentram-se no segundo semestre e 45% na primeira metade do ano.
IPI
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), responsável por impulsionar o setor será tema de documento que as empresas integrantes da associação vão encaminhar ao governo em meados de setembro e outubro. "Pediremos a redução permanente do IPI e a desoneração de impostos como PIS e Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social)", diz Fox.
Capacidade utilizada do setor está elevada
A capacidade utilizada da indústria de material de construção atingiu 87% em julho, segundo o presidente da Abramat (Associação Brasileira de Materiais de Construção), Melvyn Fox. "A situação é preocupante, pois as empresas estão neste estado há seis meses", revela.
Para o executivo, o que alivia um pouco esta pressão é que no levantamento realizado pela entidade, 79% dos empresários sinalizaram interesse de investir na ampliação dos insumos no período de curto a médio prazo, ou seja, nos próximos 12 meses.
Na mesma época do ano passado, quando ainda havia sinais de crise no País, esse era o objetivo de apenas 43% dos empresários ouvidos pela Abramat.
ABASTECIMENTO
Questionado sobre o perigo de desabastecimento, Fox ressalta que não há perspectiva de que falte material, assim como descarta qualquer pressão nos preços dos produtos.
"Um dos principais problemas do setor atualmente é em relação à mão de obra disponível." Até julho estavam empregadas 650 mil pessoas, 11,7% a mais do que no ano passado. (Alexandre Melo)
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