O deputado José Rocha (PFL-BA) disse que ele e seus colegas vão pedir providências a Aécio, inclusive para validar o substitutivo que eles e 17 de seus colegas pretendiam aprovar no lugar do relatório do deputado Silvio Torres (PSDB-SP). “Rebelo preferiu encerrar a sessão desta maneira arbitrária, ao antever sua derrota”, afirmou. A falta de um relatório oficial anula os trabalhos desenvolvidos em oito meses.
Aldo Rebelo só renunciou ao seu cargo depois de a sessão da CPI virar um ringue de batalha. Faltou pouco para os integrantes da CPI da CBF/Nike se agredirem fisicamente. A troca de insultos, os gritos e os gestos ameaçadores prevaleceram nas cinco horas de reunião, interrompida por volta das 15h e retomada às 19h. José Lourenço protagonizou boa parte do bate-boca. Ele chamou Rebelo de “stalinista, golpista, ditador”. O presidente da CPI foi igualmente duro. “Uma das agruras desta comissão é ter de bater boca com um verme deste”, afirmou.
Em meio ao tumulto causado pela decisão de Rebelo, o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) resolveu substituí-lo, ao chamar para os votos um a um dos deputados. Deu empate de 17 votos a favor contra 17, já que ele sugeriu que os suplentes também votassem. A manobra dos deputados aliados a Rebelo era para prorrogar a sessão até a meia-noite, quando se encerraria o prazo de duração da CPI. Como ficou difícil enrolar até lá, Rebelo preferiu “implodir” a comissão.
Eurico Miranda – Ao se valer da condição de ser um dos vice-presidentes da CPI da CBF/Nike, o deputado Eurico Miranda colocou em votação o relatório do relator Sílvio Torres, que foi rejeitado pela maioria de 13 votos entre os 25 votantes. Os mesmos 13 votos que derrubaram o relatório de Silvio Torres aprovaram o substitutivo do deputado José Rocha.
A cena patrocinada por Eurico Miranda não tem qualquer validade regimental porque, cinco minutos antes, o presidente da comissão, Aldo Rebelo, já havia encerrado os trabalhos da CPI. Além do que, a manobra de Eurico Miranda não encontra amparo legal, pois o regimento interno das CPIs prevê que uma votação nominal só pode ser sucedida de outra idêntica uma hora depois, prazo que o dirigente do Vasco não respeitou.
Eurico Miranda saiu em defesa de Teixeira, a quem acusam de cometer alguns equívocos à frente da CBF, “muitas vezes forçado pelas pressões da Rede Globo”. Segundo Miranda, “o relatório de Silvio Torres é incompleto porque não investigou como a Rede Globo contrabandeia seus equipamentos”.
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