Cláudio Ricardo da Silva era uma criança pequena quando começou a consumir drogas, aos 12 anos de idade. Aos 18 foi internado. E hoje, dez anos depois de sair da internação, oferece ajuda para aqueles que cometem seu mesmo erro do passado.

Silva é trágico quando lembra de sua vida antes da recuperação em uma clínica no Sul do País. “Hoje tenho família e filhos. Não teria nada disso se não tivesse largado as drogas. Com certeza não estaria nem vivo”, confessou o coordenador do Proav (Projeto de Amor à Vida), que apresentará duas peças de teatro durante a realização do Diário do Grande ABC nos Bairros, neste domingo, a partir das 9h, na Escola Estadual Mário Leandro, no Parque Aliança, na cidade de Ribeirão Pires.

O danoso mundo dos entorpecentes é o tema das duas apresentações, intituladas Cadeira e Circo.

“Nosso objetivo é transmitir uma mensagem de prevenção e conscientização”, revela Silva, admitindo que parte do conteúdo apresentado é baseado em reminiscências.

“Fizemos duas apresentações em 2007. Foi muito bom, algumas pessoas vieram nos procurar emocionadas”, afirmou Silva, se referindo à edição passada do projeto, que atraiu quase cinco mil participantes no mesmo Parque Aliança.

Segundo ele, a visão da sociedade sobre o assunto precisa mudar. “Uma casa de recuperação não é um antro de bandidos e marginais. É um local destinado ao tratamento de dependentes, para que amanhã ou depois possam sair melhor do que entraram”, explicou.

A modalidade de arte utilizada para encenar é a pantomima, “espécie de prima da tradicional mímica”, na definição do coordenador.

Embora o nome possa sugerir algo complicado, a pantomima é uma técnica bastante comum e simples, que conta estórias a partir do gesto e a da expressão corporal do artista.

Até mesmo a fala será dispensada por Silva e seus oito companheiros que se apresentarão para crianças, adultos e idosos na ação social deste domingo. “Hoje eu trabalho oferecendo aquilo que um dia eu precisei”, afirmou Silva, sintetizando passado e presente.