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Presidenciáveis encontram FHC e falam sobre FMI
Tatiana Freitas
Do Diário OnLine
19/08/2002 | 17:30
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O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu, nesta segunda-feira, os quatro principais candidatos à sua sucessão no Palácio do Planalto para reuniões com uma hora de duração. Ciro Gomes (PPS), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Anthony Garotinho (PSB) e José Serra (PSDB) foram recebidos separadamente nesta ordem pelo presidente tucano.

Ciro, o primeiro presidenciável a se reunir com FHC, falou com a imprensa depois do encontro e confirmou as expectativas de que o tema central das reuniões seria o mais recente acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no valor de US$ 30 bilhões. O Fundo condicionou a liberação do dinheiro a um compromisso dos candidatos com os principais pontos do atual modelo econômico.

Mesmo assim, o trabalhista não poupou críticas à atual administração e a responsabilizou pela crise econômica. No entanto, ele assumiu compromisso com o superávit primário de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB), com o pagamento dos contratos já fechados e com a estabilidade da moeda.

Depois de Ciro Gomes, Fernando Henrique recebeu o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que também reafirmou o seu compromisso com a manutenção da inflação e com os contratos firmados pela atual gestão. Segundo ele, se eleito, mudanças na economia ocorrerão, mas sempre respeitando a estabilidade econômica.

Demonstrando preocupação com a situação da economia brasileira e pegando carona no encontro para promover suas idéias, o petista entregou uma carta de intenções ao presidente com sugestões sobre como conter a crise econômica. Entre as principais medidas que ele considera de necessidade imediata estão a reabertura de linhas de financiamento para empresas endividadas em dólares, a aprovação da minirreforma tributária e financiamento a microempresários.

Muito elegante, Lula reafirmou o seu compromisso com o país e mostrou solidariedade à atual administração. “Estamos dispostos a fazer o necessário para ajudar o país a sair da crise. Sem abrir mão de nossos princípios, saberemos sempre colocar os interesses do país à frente de qualquer outro”, afirmou. Durante a reunião, Lula esteve acompanhado do presidente nacional do PT, José Dirceu, e dos deputados Aloizio Mercadante e Antonio Palocci.

Em seguida foi a vez do candidato do PSB, Anthony Garotinho, ser recebido por FHC. No final do encontro, que durou cerca de uma hora, o ex-governador do Rio, diferentemente dos presidenciáveis anteriores, não fez qualquer pronunciamento. Ele apenas divulgou uma nota questionando o acordo fechado entre o governo Fernando Henrique e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No texto, ele diz que o "Brasil precisa declarar a sua segunda independência". Mais tarde, Garotinho disse que o encontro com FHC "não acrescentou nada", e reclamou por não ter recebido uma cópia do acordo assinado com o FMI. O candidato disse que preferiu se pronunciar sobre a reunião após a coletiva dada pelo presidente, por "uma questão de respeito".

Por último, o presidente recebeu o candidato apoiado por seu governo, José Serra (PSDB). Após o encontro, o tucano fez um pronunciamento em que não poupou elogios ao acordo firmado com o FMI. Segundo ele, o governo “fez um bom entendimento” com o Fundo, que “supera todas as expectativas”.

Acompanhado dos presidentes nacionais do PSDB, José Aníbal, e do PMDB, Michel Temer, Serra ainda disse que o empréstimo do FMI não apresenta “nenhum sacrifício adicional para a economia brasileira”. Para ele, o acordo “aumenta a segurança” para o futuro do país, o que vai ajudar na criação de mais empregos.

Em todos os encontros, o presidente sempre esteve acompanhado de dois ministros, Pedro Malan (Fazenda) e Euclydes Scalco (Secretaria-Geral da Presidência), além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

Fora da sala de reunião ainda ficaram a postos o ministro da Casa Civil, Pedro Parente, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Arnaldo Madeira, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amauri Bier, que poderiam ser consultados pelo presidente sobre algum dado específico.




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