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Projeto para tirar menor da rua
Fabio Berlinga
Do Diário do Grande ABC
09/10/2006 | 22:19
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Um projeto social de uma ONG (Organização Não-Governamental) de Cidade São Mateus, na zona Leste da Capital, quer acabar com uma prática perigosa: o costume de crianças e adolescentes de pegarem carona nos trólebus, pendurados na traseira dos ônibus.

Em reunião na sexta-feira, foi firmado um acordo entre a ONG Ação Social São Mateus, a Metra, empresa responsável pelos trólebus no Grande ABC, e o Conselho Tutelar do bairro, para a criação de um espaço de recreação para os garotos. O espaço fica no Terminal São Mateus, ponto de partida dos jovens que pegam carona nos trólebus. O objetivo é atender a partir de novembro os meninos em situação de risco. A verba – cujo valor não foi revelado – virá da Prefeitura de São Paulo.

Segundo o coordenador do projeto Da rua para a vida cidadã, Franklin Félix de Lima, crianças e adolescentes de São Paulo, entre 7 e 16 anos, vêm ao Grande ABC para trabalhar nos sinais. Eles vendem balas, limpam vidros ou apenas pedem dinheiro aos motoristas. O principal ponto de concentração é a Parada Itamaraty, em Santo André.

Baseado em seu contato com os adolescentes, ele acredita que a carona na rabeira do ônibus não é para economizar a passagem. “Dinheiro para a tarifa eles ganham no farol. É o senso de aventura, do proibido,comum em qualquer menino, que os leva a arriscar a vida pendurados nos trólebus”, diz.

Por isso, a direção do trabalho será a conscientização, a médio e longo prazos. As ferramentas, oficinas de artes, capoeira, música e um centro de convivência. “São pessoas que estão pulando uma etapa da vida. Queremos mostrar a eles que ainda podem, têm o direito de ser crianças, de viver a adolescência. A idéia é fazer um espaço mais atrativo que na rua. Se antigamente as crianças iam às ruas para brincar, hoje vão trabalhar. Isso não é saudável”, acrescenta.

Além dos riscos de acidentes com os menores, a Metra aponta também outros problemas, como atrasos nos trólebuso e abalo emocional dos motoristas – muitos se recusam a trabalhar nas linhas que fazem o percurso onde os garotos pegam carona.

“Também vamos trabalhar com os motoristas para que saibam como agir e não se tornem cúmplices da prática, mas também não sejam violentos com os menores. Os encaminhe ao Conselho Tutelar para que as medidas adequadas sejam tomadas”, afirma Lima.

O Conselho incentiva a entrada desses menores nos programas de inclusão, mas salienta que a conscientização das famílias é fundamental.



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