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Transpetro vai investir US$ 150 mi em navios
Do Diário do Grande ABC
03/04/2000 | 17:02
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O presidente da Transpetro, subsidiária integral da Petrobras para o transporte de derivados de petróleo, Mauro Orofino Campos, afirmou nesta segunda-feira que a empresa vai começar a substituir a frota de 59 navios petroleiros este ano. A princípio, a Transpetro quer encomendar quatro navios, dois com capacidade para transportar 135 mil toneladas cada, e os outros para 60 mil t, separadamente. O valor do investimento será de US$ 150 milhoes, e as embarcaçoes poderao ser produzidas por estaleiros brasileiros.

"No Brasil há empresas com condiçoes técnicas para fabricar esses navios, o problema sao os equipamentos importados que representam 60% do custo total da embarcaçao", disse o diretor de Logística e Suprimentos da Marítima, Paulo de Oliveira.

Os navios serao financiados pelo Fundo de Marinha Mercante, cujo gestor é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O conselho diretor do Fundo de Marinha Mercante é formado pelos ministérios da Fazenda, dos Transportes e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

"O financiamento também poderia ser feito por um pool de empresas usuárias dos navios. E, ainda, a Transpetro pode se associar como acionista majoritária ou minoritária para a formaçao de uma nova empresa construtora de navios no Brasil", afirmou Mauro Campos. A Shell foi uma das petrolíferas que já demonstrou interesse em parceira para a construçao de navios.

"Nosso foco é a indústria de petróleo, nao a naval. Há vários negócios em andamento, mas nada concretizado, ainda", informou o diretor da Marítima, que é arrendadora do estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro. Outro nicho que poderá ser explorado pelas empresas de navegaçao é o da petroquímica.

A partir de janeiro de 2001, elas poderao importar a nafta (derivado do petróleo para a produçao de plásticos) diretamente da fonte no exterior. Como a única frota brasileira para este fim é mesmo a da Transpetro, para Mauro Campos nao está descartada a hipótese dessas empresas fazerem associaçoes com a estatal de navegaçao.

A renovaçao da frota deve-se a fatores como maior competitividade frente ao frete pago no exterior e às mudanças de necessidades da própria Petrobras. Hoje a estatal importa um quarto do petróleo e derivados consumidos no Brasil. Por isso, as embarcaçoes de longo curso darao lugar as menores, de cabotagem, para transportar os produtos das plataformas ou das refinarias da Petrobras para outros Estados brasileiros, através da costa brasileira.




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