Quatorze índios foram presos nesta quinta-feira no Rio Grande do Sul acusados de formação de quadrilha, seqüestro e lesões corporais. Além disso, dois deles foram presos por porte ilegal de armas.

Em uma operação realizada pelas polícias Federal e Militar do Estado, os nativos foram detidos na reserva do Ligeiro. Também foram recolhidas espingardas de caça, revólveres e munição.

O delegado da Polícia Federal João Carlos Girotto, que chefiou a ação, disse que havia denúncias de crimes como expulsões e agressões físicas, e que o objetivo da operação era cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão de armas. Segundo ele, outros seis índios estão sendo procurados, entre eles o cacique da reserva.

O controle da área, onde vivem 1.800 nativos, é alvo de disputa de dois grupos indígenas: "O cacique organizou uma milícia e, de forma totalmente afrontosa à lei, expulsava índios e arrendava irregularmente as terras".

O comandante da Polícia Militar na região, coronel Waldir dos Reis Cerutti, explicou que a situação se agravou na semana passada, quando um grupo de índios teria apedrejado um ônibus com estudantes que passava próximo à aldeia e dois alunos ficaram feridos. "Se a situação continuasse, o conflito seria ainda maior", comentou.