A rejeição por parte dos trabalhadores da Volkswagen, de pacote de horas extras e adoção de banco de horas na unidade de Taubaté, pode prejudicar os investimentos da montadora, que discute a distribuição de R$ 6,2 bilhões para as plantas de Taubaté, São Bernardo do Campo e São Carlos.

A flexibilidade da jornada de trabalho seria contrapartida dos trabalhadores e uma das exigências da empresa, feitas em dezembro passado, quando anunciou os investimentos no Brasil.

Em assembleias realizadas na quarta-feira à noite e na quinta-feira pela manhã, os funcionários rejeitaram a proposta de mais oito sábados, além dos 12 já previstos para o primeiro semestre, mesmo mediante a promessa da montadora de pagar, além dos adicionais de horas extras, abono de R$ 700 e a admissão de mais 120 trabalhadores.

"A categoria rejeitou a pauta da empresa porque não quer o banco de horas e prefere que continue sendo dois os sábados trabalhados por mês e que a companhia mantenha ou até amplie o número de vagas abertas", disse o presidente da entidade, Isaac do Carmo.

No ano passado, acordo semelhante aprovado durante a crise, evitou a demissão de 650 trabalhadores. A montadora queria que mesmo acordo fosse estendido por mais dois anos.

Segundo ele, comunicado sobre decisão dos trabalhadores foi enviado à empresa, que ainda não se manifestou. "Esperamos que a Volks apresente nova proposta, sem rever a decisão de investir na planta, pois o cenário é muito favorável."