Política Titulo Santo André
Eduardo Leite acionará Justiça para desfiliação

Parlamentar do PT cumpre suspensão de dois meses; justificativa tende a ser perseguição

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/06/2021 | 00:35
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Claudinei Plaza/ DGABC


O vereador Eduardo Leite (PT), de Santo André, irá oficializar ação na Justiça nos próximos dias para requerer desfiliação justificada do PT, legenda pela qual milita há 28 anos. O parlamentar, atualmente no terceiro mandato na Câmara, cumpre fim do período de suspensão pelo prazo de dois meses das atividades partidárias – aplicada em 10 de abril pela executiva municipal do petismo. De acordo com fontes ligadas à sigla, a medida já foi informalmente antecipada a integrantes do diretório local, presidido por Antônio Padre, devendo ser concretizada até sexta-feira.

O processo judicial tende a ser movido por Eduardo sob alegação de perseguição política e grave discriminação pessoal, razões entre as estabelecidas pela Justiça Eleitoral como justa causa para evitar a perda do mandato eletivo. Isso porque, apesar da punição adotada pela municipal no caso – com a anuência da estadual do PT –, não há pré-disposição de autorizar uma saída amistosa. A sanção praticada, na oportunidade, se deu com argumento da falta de retratação do parlamentar por entrevista concedida ao Diário em que o petista fez elogios à condução do prefeito Paulo Serra (PSDB) durante a pandemia de Covid-19.

Apesar de toda a instabilidade, Eduardo deve se manter filiado ao PT até o julgamento da ação. A Justiça pode autorizar a saída, sem enquadrá-lo na Lei da Infidelidade Partidária, se encontrar elementos à justa causa. Outro episódio em que ele sofreu advertência pública de dirigentes do PT foi quando decidiu compor a mesa diretora do Legislativo – ocupa o posto de primeiro secretário –, tendo o tucano Pedrinho Botaro na presidência. A situação gerou desgaste a ele junto ao partido, em que pese a composição entre PSDB e PT para a mesa siga histórico de outros pleitos internos, assim como existe aliança que se arrasta há mais de 20 anos na Assembleia Legislativa.

Questionado especificamente sobre a ação judicial, Eduardo sintetizou que avalia a hipótese. “Não descarto nenhuma possibilidade. Todas as alternativas estão na mesa. É decisão difícil para mim. Tenho história de militância, que não foi pesada, tendo em vista a forma que o partido conduziu o processo. Sinceramente, não queria estar passando por esse momento”, disse o petista, esquivando-se de cravar a definição em torno do caso.

Padre não foi localizado para comentar a situação. 




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