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Covid mata na região mais do que o dobro do restante do País

Nos 24 dias de maio, de cada 100 pessoas infectadas pelo coronavírus, oito morreram

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
25/05/2021 | 00:01
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Celso Luiz/ DGABC


A letalidade da Covid-19 no Grande ABC nos primeiros 24 dias de maio é mais do que o dobro da indicada pelo Ministério da Saúde em todo o Brasil. Do início do mês até ontem, foram 11.411 novos pacientes infectados pelo coronavírus e 893 mortes, ou seja, de quem contrai a doença na região, 7,83% morrem. No País, o indicador de maio até agora é de 3,11%, taxa bem similar à registrada no Estado de São Paulo, que é de 3,91%.

O indicador atual das sete cidades, aliás, é o segundo maior em toda a pandemia, atrás apenas dos 9,94% registrados em abril de 2020, ainda no início da crise sanitária, quando as prefeituras tinham bastante dificuldade para conseguir comprar testes de Covid e por isso o número de contaminados confirmados era pequeno. 

A letalidade do Grande ABC vem registrando altas consecutivas desde fevereiro, quando o indicador era de três mortes a cada 100 pessoas. De lá para cá o número passou para quatro em março, depois cinco em abril e agora, do dia 1º até ontem, é de quase oito.

Para especialistas há fatores diversos que explicam a evolução do parâmetro. Os médicos concordam que as causas mais observadas são o baixo índice de testagem, a diminuição na procura do serviço médico e a crise enfrentada entre março e abril nos hospitais com a alta da demanda por atendimento.

Infectologista e diretor do Hospital Santa Ana, em São Caetano, Paulo Rezende pontua que, além destes pontos, observou-se também que a segunda onda, impulsionada pela variante P1, originária em Manaus, também se mostrou mais letal. Porém, o especialista acredita que a baixa testagem seja um dos principais problemas da alta letalidade. 

“Nunca tivemos um índice alto de testagem, mas, nessa segunda onda, isso foi ainda pior porque, com o convívio da doença, as pessoas estão procurando menos o serviço médico. As pessoas sabem que 85% dos contaminados vão ter a doença de forma assintomática ou leve, e mesmo com sintomas, ficam em casa sem procurar testar ou buscar um médico”, explicou Rezende, reforçando que esse é também o motivo que faz com que a população procure auxílio hospitalar tardiamente, quando a doença já está agravada e, consequentemente, aumenta a possibilidade de morte.

O infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco, destaca que os problemas com fornecimento de medicamentos aos hospitais, como foi o caso da falta de sedativos, além do sistema de saúde colapsado, também agravou a situação. “A taxa de ocupação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) está 62% maior do que o mesmo período do ano passado. Fora isso, temos de pensar na qualidade dos serviços prestados, diante da crise enfrentadas”, pontuou.

Grande ABC chega a 189.615 casos e 7.712 perdas pelo coronavírus
(da Redação)

As sete cidades do Grande ABC chegaram ontem ao total de 189.615 casos de contaminação pelo novo coronavírus e 7.712 mortes em decorrência da Covid-19.

Nas últimas 24 horas, a região registrou 425 novos casos e 36 falecimentos. Foi o menor número de vítimas fatais reportado em um dia útil – aos finais de semana, apenas três cidades divulgam boletins epidemiológicos – desde 14 de maio, uma sexta-feira. O Grande ABC tem 173.491 pessoas que já se recuperaram da doença e outros 148.284 exames que ainda aguardam resultados.

No Estado de São Paulo foram registrados 3.192.727 casos de Covid-19 durante toda a pandemia e 107.677 óbitos. Entre o total de casos, 2.862.003 tiveram a doença e já estão recuperados. A taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Estado é de 80,2% e na Grande São Paulo é de 77,1%.

O Brasil tem 16.120.756 casos de Covid e 449.858 mortes, sendo que 37.498 infectados e 790 óbitos foram registrados em 24 horas. Do total de contaminados, 14,5 milhões estão recuperados.  




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