Chegou o dia. No reencontro com Márcio Goiano, hoje, às 21h, no Estádio Anacleto Campanella, o São Caetano está com a faca no pescoço. Na zona de rebaixamento com 16 pontos - 18º colocado -, o time espera apresentar melhor rendimento à torcida, diante do Goiás, para não ficar a impressão de que era o responsável pelo começo desastroso na Série B do Campeonato Brasileiro. É que mesmo após a demissão do seu ex-técnico supostamente por incompatibilidade com o grupo, a equipe segue em marcha lenta no torneio.

Ontem, em declaração de certa forma polêmica, Goiano disse que pelo que acompanhou nos últimos jogos, o São Caetano não "mudou muito" desde a sua demissão. É que ao sair, o time estava entre os últimos, teve pequena evolução, mas voltou a ficar entre os candidatos ao rebaixamento. Já o Goiás evoluiu com Goiano. Deixou a zona de rebaixamento, não perde há cinco jogos - quatro vitórias e um empate - e ocupa a sétima posição, com 22 pontos.

Atual técnico do São Caetano, Vadão evitou polemizar. "O São Caetano jogou de várias formas nessas trocas de treinadores. Não sei nem como ele (Goiano) jogava. Tento implantar o meu sistema, que é atuar ofensivamente."

Para Vadão, falta ao São Caetano encontrar um padrão definitivo para voltar às vitórias no torneio.

Apesar da irregularidade, o treinador disse que nem tudo está perdido. Avaliou que o Azulão só precisa encaixar sequência de vitórias. Mas alertou. "Temos quatro confrontos difíceis com equipes que estão na parte de cima da tabela (Goiás, Náutico, Vitória e Criciúma). Se quisermos entrar na briga pelas primeiras posições, temos de começar a reagir agora."

O São Caetano terá três desfalques na partida: o lateral-direito Artur, o zagueiro Domingos e o volante Ricardo Conceição, suspensos. Elder Granja deve estrear na vaga de Artur. Na zaga, Thiago Martinelli e Revson brigam pela posição de Domingos, e Augusto Recife, que cumpriu suspensão na rodada anterior, no lugar de Conceição.

No ataque ocorrerá outra estreia. Ricardo Xavier, apresentado na semana passada juntamente com Elder Granja, substitui Nunes. O atacante sofreu estiramento na coxa direita e não treinou nos últimos dois dias.

Augusto Recife cobra atitude no São Caetano

Espécie de cão de guarda do sistema defensivo do São Caetano e um dos mais regulares na temporada, o volante Augusto Recife avalia que chegou o momento de cada jogador repensar sobre seu desempenho na Série B do Brasileiro, já que apesar da troca de treinador - Márcio Goiano por Vadão - o time ainda não se encontrou no torneio.

"Temos de parar, pensar e ver que não é só treinador. Cada um tem de ver o que está fazendo de errado, dar um algo mais para mudarmos essa situação", decretou o jogador, que volta de suspensão e deve ocupar a vaga de Ricardo Conceição, expulso na derrota para o Guarani por 1 a 0, em Campinas, na semana passada.

Embora a equipe esteja na zona de rebaixamento - 18º lugar com 16 pontos - e necessite da vitória hoje diante do Goiás para não se complicar ainda mais na tabela, Augusto Recife avalia que a situação não é desesperadora. "Estamos a apenas oito pontos do quarto colocado (Paraná, com 24). Só precisamos ter mais calma. Nosso time é muito afoito. Faz o primeiro (gol) e já quer logo o segundo. Temos de usar mais a cabeça. Nosso elenco tem atletas experientes. Às vezes entra no desespero e deixa escapar a vitória", observou.

Para o meio-campista, falta ao Azulão apenas encaixar uma sequência de vitórias para embalar na competição e deixar as últimas colocações. Como exemplo, citou o próprio Goiás, que estava na zona de degola e, após a contratação de Márcio Goiano, não perdeu mais. "Acho que falta uma vitória para dar novo ânimo. Nos últimos quatro jogos, não jogamos mal, apenas deixamos escapar a vitória no fim. Faltou um pouco mais de atenção e acredito que um pouco de sorte também."

O volante discorda da opinião do lateral-esquerdo Diego, de que o time tem deixado cair o ritmo no fim dos jogos. Nas últimas quatro partidas, levou o gol justamente nos minutos finais. "Temos de usar mais a experiência, ficarmos mais com a bola no ataque e finalizarmos melhor, porque as chances estão surgindo."