Os 14 partidos com representação na Assembléia Legislativa de São Paulo foram reprovados segundo critérios utilizados pela ONG Movimento Voto Consciente para avaliar o trabalho dos parlamentares e, conseqüentemente, das legendas com mandato na atual legislatura. A organização analisa os legislativos brasileiros há quase 20 anos.
Apenas quatro siglas tiveram nota superior a cinco: PT (5,83), PCdoB (5,58), PV (5,49) e PMDB (5,07). Apesar do razoável destaque, no entanto, não conseguiram atingir a nota seis, média mínima para a aprovação. Os desempenhos mais pífios foram registrados pelo PTB (3,92), PDT (3,61), o PSC (2,75) e o PRB (1,74). Entre os deputados, a situação não foi diferente. Dos 91 avaliados pela ONG, só 21 foram aprovados. Destes, 10 são do PT, cinco do PSDB, dois do PFL, dois do PV, um do PMDB e um do PP.
Para chegar à conclusão, o Voto Consciente levou em consideração sete critérios, sendo leis aprovadas, presença em comissões, presença em votações nominais, fidelidade partidária, fiscalização do Executivo, respostas a pedidos de informações e análise geral da ONG (nota subjetiva).
O objetivo da avaliação é “tentar separar os bons dos maus políticos para ajudar o eleitor”, explica Rosângela Giembinsky, diretora da ONG. Para ela, o resultado é preocupante. “Sentimos que as coisas são lentas. Queríamos ver mais trabalho, mais discussões democráticas. O caso é grave”, reforça a diretora, que se queixa da não instalação de CPIs – mesmo diante inúmeros pedidos para investigar o governo estadual.
Rosângela explica que desde a divulgação da lista, a ONG vem recebendo reclamações dos deputados, especialmente daqueles cuja nota ficaram abaixo do esperado. “A principal crítica é com relação à fidelidade partidária.” Segundo ela, a justificativa dos parlamentares é que o critério é “injusto”. “Falam que o partido (do qual saiu) é corrupto, e que está errado na maior parte das vezes. A culpa nunca é dele. Mas, eles deixam uma legenda porque não estão levando vantagens. Até porque quando descobrem alguma irregularidade não denunciam. Não contribuem em nada para melhorar o sistema”, avalia.
O Voto Consciente, conforme explica Rosângela, defende ainda que políticos cujos nomes são atrelados à corrupção deveriam ser vetados pelos partidos. “Não vamos julgar o indivíduo, mas estes políticos deveriam esperar a próxima eleição até que a história seja apurada. E apenas o partido tem como evitar a candidatura destas pessoas.”Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.