Política Titulo Repercussão
Racha em Mauá preocupa líderes do PT estadual

Partido teme que estragos causados por movimento sejam irreversíveis

Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
22/05/2012 | 07:14
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Apesar da providencial inelegibilidade de Oswaldo Dias, líderes do PT estadual se mostram preocupados com o automático racha deflagrado no diretório de Mauá. O temor é o de que os estragos causados pelo movimento liderado por Donisete Braga, Paulo Eugenio Pereira Júnior e Rogério Santana, sejam irreversíveis até a eleição de outubro. Antes mesmo da condenação do prefeito no TJ, o trio decretou que o deputado será o candidato a prefeito do partido, com Paulo Eugenio mantido como vice.

Presidente do PT paulista, o deputado estadual Edinho Silva, mesmo após ser comunicado ontem pelo próprio Oswaldo de que o prefeito não está apto a concorrer ao pleito, não escondeu que a manobra dos três para derrubar a pré-candidatura de reeleição do chefe do Executivo já inspira cuidados da cúpula.

"Não conheço o conteúdo da conversa entre eles. Mas, pela estatura política e pela capacidade de diálogo dos dois (Oswaldo e Donisete), acredito no fortalecimento do partido até a eleição." Edinho fez coro ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, que no domingo defendeu que, independentemente de quem seja o candidato do partido a prefeito de Mauá, o condutor do processo seja Oswaldo.

O deputado federal Vanderlei Siraque (PT-Santo André) demonstrou não só o receio de cisão em Mauá, mas também fez críticas pesadas à manobra para derrubar Oswaldo. Em 2008, o parlamentar foi o candidato do PT ao Paço de Santo André. Derrotada na prévia, a então vice-prefeita, Ivete Garcia, tida como a sucessora natural de João Avamileno, liderou debandada de secretários, culminando em racha e na derrota do PT na eleição.

No Facebook, ainda antes do julgamento do prefeito no TJ, Siraque classificou o movimento como "golpe de estado". "Oswaldo Dias é o nosso candidato (definido) em encontro (de delegados) realizado em abril. Qualquer posição no sentido oposto é golpe de estado. É falta de bom-senso e contrário à boa ética na política. É como se um time ganhasse o título e outro desejasse levar a taça", discorreu, na rede.

Ao Diário, o deputado manteve a linha. "Em Mauá só venceremos se estivermos todos juntos. Divisão favorece nossos adversários", constatou. "A preocupação é a de que qualquer definição se dê dentro das regras (estatutárias do partido). A forma como fizeram o movimento foi inadequada. Se a moda pega, a (senadora) Marta Suplicy será candidata a prefeita de São Paulo no lugar do (Fernando) Haddad."




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