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Sistema da Cisco conecta à Internet todas as operaçoes de uma empresa
Do Diário OnLine
21/10/1999 | 16:29
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A conexao total de uma empresa à Internet e o acesso às informaçoes financeiras em tempo real serao a nova onda da administraçao a partir do ano 2000, na avaliaçao do presidente-executivo da Cisco Systems, John Chambers. O "Virtual Close", como foi chamado o novo sistema, deve suceder os processos adotados para a certificaçao ISO 9000 nas últimas duas décadas. Com o "Virtual Close", uma empresa será capaz de fechar o balanço em apenas uma hora.

Segundo o presidente da Cisco, líder mundial em networking com valor de mercado de US$ 199 bilhoes, a empresa que nao estiver pronta até 2010 estará em desvantagem. "Conectando uma empresa inteira via Internet, mesmo que tenha operaçoes em dezenas de países, o que antes era feito uma vez por trimestre agora pode ser feito a qualquer momento", afirmou Chambers em entrevista ao jornal "USA Today".

Depois da implementaçao do "Virtual Close" nos Estados Unidos, a Cisco adotou o sistema em todas as subsidiárias, inclusive no Brasil, em julho deste ano. O controller da Cisco no Brasil, Sérgio Sujoka, disse que é possível acompanhar pela rede receitas e despesas diariamente. "De qualquer país, Chambers pode acompanhar como vao as vendas em todo o mundo", afirmou Sujoka.

A palavra-chave é ganho de produtividade. Chambers citou como exemplo uma empresa que tenha um incremento de 30% nas vendas na América Latina da noite para o dia e que, com o "Virtual Close", consegue identificar esse movimento imediatamente e enviar uma equipe de gerentes para explorar mais essa oportunidade.

"Nao se trata mais de um fenômeno de alta tecnologia", afirmou Chambers. "Toda indústria está em transiçao, todo país está em transiçao, a Internet nao vai esperar por ninguém", declarou. Mas para chegar a esse nível de eficiência, a empresa tem de fazer investimento inicial na compra de servidores e outros equipamentos, além de conseguir uma coordenaçao entre as áreas. "O mais difícil no Brasil é mudar a mentalidade de que os funcionários podem usar a Internet para outros fins, todos precisam estar conectados", comentou Sujoka.

Na Cisco, o processo de preparaçao da rede e de conscientizaçao de pessoal para compartilhar informaçoes levou oito anos, testando diferente aplicativos. Mas Chambers garante que o processo agora diminuiu para quatro anos. Segundo o presidente, 40% dos diretores financeiros que procuram a empresa querem saber como implementar o "virtual close". A Cisco no Brasil ainda nao tem uma soluçao para o mercado local, mas com a parceria fechada com a KPMG, os consultores que serao contratados até o próximo ano devem dar assessoria para a implantaçao do "virtual close".

Outra tendência em que Chambers aposta é o "virtual manufacturing", ou a capacidade de administrar todas as instalaçoes fabris como se fossem uma só fábrica e com transparência total para fornecedores e clientes. "Com essa ferramenta, nao só partilhamos informaçoes com os fornecedores como fazemos isso no momento em que entra no sistema um pedido de compra", explicou.

A competiçao e a necessidade de sobrevivência sao os principais motores das mudanças de comportamento nas empresas. Chambers considera legítima também uma nova onda no mercado de alta tecnologia, a da "exit strategy", o lançamento de novas empresas com a expectativa de serem adquiridas pelas grandes líderes como Microsoft e Cisco. "Está ocorrendo uma consolidaçao", afirmou Chambers à revista americana "Business 2.0". "Os consumidores nao querem mais vendedores na sua rede, querem menos", disse. A Cisco aplica essa filosofia, tendo adquirido 40 empresas em seis anos. "Algumas empresas sao criadas para tentar chegar a uma Cisco, mas a maioria apenas tenta encontrar um nicho e ser comprada por outra", afirmou.

Seis pontos separam as empresas que vao vencer na economia digital daquelas que serao derrotadas, segundo Chambers: ter um negócio horizontalizado, adotar padroes abertos e nao proprietários, atrair e manter talentos, ser rápido, ter foco no cliente e aplicar a Internet nas práticas comerciais. "Enquanto muitos ficam excitados com o e-commerce, dá muito trabalho fazer as coisas direito", disse.




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