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Colômbia: clamor pelos reféns das Farc
Da AFP
23/02/2006 | 20:51
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Os atos pelo quarto aniversário do seqüestro da política colombiano-francesa Ingrid Betancourt, na Colômbia e em outros países, converteram-se nesta quinta-feira em um clamor pela liberdade de todos os colombianos seqüestrados e por que a guerrilha das Farc entregue provas de que Ingrid está viva.

Em Bogotá, parentes de Ingrid e de vários dos 58 políticos, policiais e militares que as Farc pretendem trocar por 500 rebeldes presos assistem a um concerto organizado pelo prefeito socialista Luis Eduardo Garzón, em que ele esperava reunir 25 mil pessoas.

"Estamos pedindo a Deus sua libertação e a dos demais reféns. Pedimos também que a guerrilha responda em breve, e afirmativamente, à proposta para negociar a troca, e que possamos tê-la, e todos os reféns, de volta", disse Yolanda Pulecio, mãe da ex-candidata à Presidência colombiana.

Os atos por Ingrid e pelos demais colombianos seqüestrados foram realizados em 80 cidades de Colômbia, Panamá, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Suécia, Suíça e Itália, segundo organizações de familiares.

Em Paris, os dois filhos de Ingrid - Melanie e Lorenzo, além de seu ex-marido Fabrice Delloye, foram até a Ponte das Artes e jogaram pétalas de 5 mil rosas no rio Sena. "Em maio, fará três anos que não temos notícias dela. Não vimos seu rosto, não a ouvimos e não sabemos como ela se sente. Aguardamos um vídeo das Farc", comentou Fabrice. "Estamos aqui hoje por culpa das Farc e do presidente Alvaro Uribe, que não fizeram o suficiente pela libertação dos reféns", acrescentou Melanie.

Dos 5 mil colombianos seqüestrados nos últimos 10 anos, estima-se que 1,6 mil permanecem em poder das guerrilhas esquerdistas, enquanto outros 1,4 mil são reféns de paramilitares de extrema direita e criminosos comuns. Sobre os demais, não se há notícias.

Mas a atenção se concentra no grupo de 58 reféns que as marxistas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) mantêm sob seu poder, alguns há oito anos, como moeda de troca para obter a libertação de guerrilheiros presos.

O monsenhor Luis Augusto Castro, presidente da Conferência Episcopal da Igreja Católica, pediu nas últimas horas que as Farc entreguem o corpo do policial Julián Ernesto Guevara, que morreu no começo do mês em um acampamento dessa guerrilha, de quem foi prisioneiro nos últimos sete anos.

Em mensagem transmitida pela rádio Caracol, o chanceler francês, Philippe Douste-Blazy, pediu às Farc que aceitem a proposta de troca de rebeldes presos por reféns. "Faço votos de que as Farc, que sempre se disseram favoráveis a um acordo humanitário, entendam que essa proposta não é nenhuma armadilha", assinalou o ministro em sua mensagem, na qual dirigiu algumas palavras em francês a Ingrid.




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