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Google se rende à censura para lançar seu site de busca na China
Da AFP
25/01/2006 | 15:19
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O Google afirmou em comunicado que cedeu às restrições de censura na China para obter acesso ao crescente mercado asiático. A companhia reconheceu que o Google.cn, que começou a funcionar nesta quarta-feira, cumprirá os rígidos limites impostos por Pequim para ter aceso à Internet.

Desta maneira, o Google se unirá a outras grandes empresas dos Estados Unidos que fazem negócios sob as regras de censura estabelecidas por Pequim, assim como Microsoft e Yahoo!. A empresa destacou que cortará os vínculos com homepages consideradas ofensivas pelas autoridades chinesas em troca da permissão para utilizar servidores de computador localizados no país.

A companhia também informou que não hospedará blogs, nem correios eletrônicos para evitar problemas legais com as autoridades, que utilizam sofisticados filtros de informática para bloquear o acesso a determinados sites na web.

"Para poder operar na China, cortamos alguns conteúdos da busca de resultados disponíveis no Google.cn, em resposta às leis locais, regulamentações ou políticas", afirma em um comunicado o conselheiro de política do Google, Andrew McLaughlin.

Para elaborar a ferramenta de busca chinesa, o Google recolheu informações sobre os tipos de sites e as frases que Pequim considera condenáveis, baseados em dados fornecidos por terceiros, e examinou o modo de operação dos filtros chineses de internet.

Até agora, o Google confiou em sua homepage padrão de busca para atrair internautas chineses. Porém, sem possuir servidores localizados no território chinês e com os filtros utilizados pelo governo, o site permanece praticamente inativo e com atrasos consideráveis.

Como resultado, a ferramenta de busca perdeu terreno para os competidores chineses e internacionais e se mostra particularmente preocupado com o Baidu, um sistema de busca em mandarim. O Google também planeja alertar os usuários chineses sobre a censura com um uma pequena advertência no pé das páginas de resultados, mas não se sabe se esta medida será aceita por Pequim.

Em Paris, a organização de defesa da liberdade de expressão RSF (Repórteres Sem Fronteiras) afirmou estar "enojada" com a notícia do lançamento de uma versão censurada do Google na China. "Tal empresa, que defende os direitos dos internautas americanos ante a justiça americana, brinca com os direitos dos usuários chineses", afirma.




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