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O filme instiga a curiosidade por reconstituir a trajetória da Expediçao Langsdorff, realizada entre 1821 e 1829, com o propósito de conhecer novos rios, flora, fauna, populaçao e terras da Bacia Amazônica. No percurso da viagem aconteceram acidentes e mortes, mas muitas informaçoes sobre a fauna e a flora foram coletadas pela equipe de botânicos, zoólogos e desenhistas.
O grupo foi comandado pelo barao alemao Georg Heinrich Freiherr von Langsdorff, cônsul-geral da Rússia no Rio. Os registros da época foram desenhados pelos artistas Joham Moritz Rugendas (1802-1858), Amadei Adrian Taunay (1802-1828), que morreu afogado ao tentar atravessar a correnteza de um rio, e Hercules Florence (1803-1879), um dos responsáveis pela descoberta da fotografia.
A equipe do documentário esteve em Sao Petersburgo, na Rússia, onde estao desenhos originais de Florence. "Pudemos comparar as mudanças. Conforme seguiamos para o Norte do Brasil, percebíamos que muito pouco mudou. Foi uma viagem no espaço e no tempo", conta o diretor.
As gravaçoes acompanharam o trabalho da artista plástica Adriana Florence, tataraneta do francês Hercules Florence. Ela realiza o projeto Todas as Tribos, por meio do qual retrata vários povos indígenas. Os 30 dias de filmagens foram suficientes para que a artista produzisse 12 telas e 147 aquarelas. "Trabalhei compulsivamente", diz.
A narraçao é feita por Adriana com trechos de seu próprio diário, escrito na viagem, mesclados com partes do diário original de seu tataravô. O roteiro é do inglês Steve Bowles.
"Meu trabalho é algo íntimo, pessoal. Foi estranho fazer tudo diante das câmeras, apesar de que eu apenas fiz o que estou acostumada, nao foi nada forçado pela produçao", explica Adriana.
Em 6 de outubro do ano passado, a produtora Grifa testou seus equipamentos na represa Billings, em Ribeirao Pires. A preocupaçao era nao permitir que novos acidentes ocorressem. Mas, mesmo assim, alguns problemas da antiga expediçao foram revividos, quando quatro integrantes da produçao, inclusive o diretor, bateram com o barco em uma pedra e se perderam do restante do grupo.
Foram oito dias tentando sair da selva. Essa aventura inesperada foi toda filmada, mas nao faz parte do documentário. O projeto, quase pronto, é transformá-la em outro filme.
No embalo - Tanto o diretor Dias, como a artista Adriana têm planos embalados pelo No Caminho da Expediçao Langsdorff. As imagens do acidente com a equipe de produçao da Grifa formarao o filme Perdidos, que deve estrear em dezembro ou janeiro só nos cinemas. "Fazíamos uma pesquisa para verificar a navegabilidade dos rios do Mato Grosso até o Pará, quando nosso barco naufragou. Toda a experiência será retratada como um diário dos perdidos", adianta Dias.
Já as 147 aquarelas de Adriana e suas redaçoes sobre a viagem se transformarao no livro Memória das Aguas, a ser lançado até o fim do ano pela editora Melhoramentos. "Fui corajosa ao expor meu diário. É como forçar a gaveta de uma jovem. Mas se eu reescrevesse, ficaria falso", comenta a artista.
Suas 12 telas em acrílico também ganharam uma destinaçao. Estao à venda pelo site www.discovery.com, por valores que variam de US$ 3 mil a US$ 8 mil. A renda, após paga a divulgaçao e outros gastos, será revertida às aldeias visitadas e pintadas.
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