Ansiosamente aguardado por cerca de 6.000 pessoas, o grupo novaiorquino Interpol subiu ao palco da Via Funchal, em São Paulo, pouco depois das 22h30 da última terça-feira.

Gritos histéricos e flashes intermináveis de máquinas fotográficas acompanharam as primeiras canções do quarteto formado por Paul Banks (vocais), Daniel Kessler (guitarras), Carlos Dengler (baixo) e Sam Fogarino (bateria). A banda, que vem ao Brasil pela primeira vez, ainda se apresenta hoje, no Rio, e sábado, em Belo Horizonte.

Os músicos iniciaram a noite com Pioneer to the falls, faixa do terceiro e mais recente álbum, Our love to admire, seguida por Obstacle 1, do CD Turn on the bright lights, o primeiro dos garotos.

Entre as 18 músicas selecionadas entre os três discos do conjunto classificado como indie, fica difícil indicar a preferida do público. A maioria era acompanhada pelos fãs, que, muitas vezes, encobriam a voz de Paul Banks.

Quem ficou até o final foi presenteado com três sucessos: NYC, Stella was a diver and she was always down e PDA. “Ficou muito bom depois que eles voltaram para o bis porque fizeram uma seleção só do primeiro álbum, o que eu mais gosto”, disse Ana Carolina Ribeiro, que veio de Campinas somente para assistir ao show.

Atração à parte, as roupas dos rapazes são marca registrada. De acordo com o som sombrio que produzem, os quatro integrantes adotaram roupas escuras e impecavelmente bem passadas, ao contrário do visual sujo que é atribuído ao rock’n’roll. “Todos falavam que eles eram bem-vestidos. Realmente são!”, opinou Mayumi Palmeira Toyoda, de São Paulo.

A alta temperatura da Capital paulista não os impediu de se apresentar com calças, camisas, ternos e gravatas.

Contrariando as expectativas, o vocalista agradeceu a calorosa participação do público várias vezes durante a apresentação. “Vocês foram incríveis, impressionantes”, elogiou ao final. O Interpol é conhecido por uma postura blasé, fria, quase antipática.