O líder da maioria democrata no Congresso americano, Harry Reid, afirmou nesta quinta-feira que guerra no Iraque "está perdida", mesmo que o presidente George W. Bush decida explicar ao público o motivo da invasão. Reid também declarou que o envio de reforços decidido em janeiro de "nada serve".

"Creio que esta guerra está perdida, e o reforço (das tropas) de nada serve, como o vem demonstrando a violência extrema no Iraque durante a semana", disse Reid, no momento em que Bush fazia um pronunciamento no estado de Ohio, em defesa de sua "guerra contra o terrorismo".

"Esta guerra só pode ser ganha diplomaticamente, politicamente e economicamente", sentenciou. Essas declarações foram feitas no dia seguinte a uma onda de atentados que deixou 190 mortos em Bagdá, afetando a credibilidade do plano de segurança americano para a cidade.

Reid destacou que havia feito essas declarações na véspera durante uma reunião com Bush, num momento em que o Congresso democrata se prepara para aprovar definitivamente na próxima semana um projeto de lei destinado a financiar as operações militares de 2007 no Iraque e no Afeganistão.

No mesmo instante, o presidente justificava sua decisão de invadir o Iraque e de derrubar Saddam Hussein durante uma reunião pública em Tipp City, em Ohio. George W. Bush recusou-se nesta quinta-feira a deixar que atentados sangrentos como os de quarta-feira em Bagdá abalem sua determinação, e justificou a continuidade de sua missão transformando o Iraque no cenário do confronto contra a Al-Qaeda e o Irã.

Se o critério para estabelecer o sucesso da estratégia americana no Iraque é o fim dos atentados suicidas, "nunca conseguiremos", declarou Bush.

Bush reiterou que as ações espetaculares no Iraque têm como objetivo abalar os americanos para que eles deixem o país. No entanto, segundo ele, Washington combate a Al-Qaeda no Iraque para não ter que fazê-lo nos Estados Unidos.

Para o presidente americano, a Al-Qaeda e o Irã são "dois dos maiores problemas" que devem enfrentar os Estados Unidos. Ele destacou que o Iraque é justamente o país onde os Estados Unidos podem constatar mais a "influência" da República Islâmica.

O chefe da maioria democrata lembrou que os democratas querem que as tropas sejam "reposicionadas" e que elas se concentrem em atividades de antiterrorismo no Iraque.