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Momix é programa imperdível em SP
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
09/03/2002 | 16:20
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Ele se chama Moses Pendleton e fundou o Pilobolus Dance Theatre em 1971. Dez anos depois, ao largar a companhia (que existe até hoje) de aclamada linguagem inovadora, criou outro grupo, o Momix – uma trupe de bailarinos que são, ao mesmo tempo, acrobatas e ilusionistas. Seu nome, portanto, sempre esteve ligado à vanguarda das artes cênicas.

Nascido em Vermont, Estados Unidos, Pendleton está no Brasil com o Momix para apresentar a coreografia Opus Cactus. A companhia passará por sete capitais, incluindo Rio, de cujo público se despede neste domingo, e São Paulo. Na capital paulista, os dias confirmados são 19, 20 e 21 deste mês. No Theatro Municipal, palco à altura do espetáculo.

O nome do grupo congraça as iniciais do seu criador à palavra “mix” (mistura, em português). E é isto o que se vê em Opus Cactus, que estreou nos Estados Unidos há aproximadamente um ano: um amálgama de linguagens que inclui um intrincado jogo de luzes, um apurado senso de humor e uma pitada de surrealismo. E muita ação, com direito a variados movimentos aéreos.

O ecletismo se espraia também pela trilha sonora – até onde é possível, a sonoridade aborígene australiana, a música eletrônica e o cancioneiro popular dos Estados Unidos convivem harmoniosamente. A inspiração para Opus Cactus, montagem dividida em dois atos marcados por várias vinhetas, veio do deserto norte-americano do Arizona.

Durante o espetáculo, recheado de efeitos teatrais, surgem cactos, plantas gigantes, serpentes e figuras pré-históricas. Armações metálicas integram a cenografia. A intenção é deixar que a imaginação do espectador campeie solta. Os bailarinos do Momix dominam as técnicas do balé clássico, da dança moderna e da ginástica.

Essa miscelânea faz parte da própria trajetória pessoal de Pendleton, criado em uma fazenda. Foi campeão de esqui em seu Estado natal e formou-se em literatura inglesa no mesmo ano em que fundou o Pilobolus. Atualmente se dedica a ouvir depoimentos sobre os mais de 20 anos de estrada do Momix a fim de escrever um livro. Em 2003 deve apresentar a próxima coreografia do grupo.

Por conta de incursões em outras áreas artísticas, o trabalho de Pendleton tem colhido algumas ressalvas. Os críticos mais conservadores não costumam perdoar facilmente suas parcerias com Julian Lennon (um vídeo), Lina Wertmüller (o longa-metragem Carmen) e a Broadway (uma versão de O Corcunda de Notre Dame). É a forma em sobreposição ao conteúdo, dizem.

Além do Rio e São Paulo, a companhia se apresenta em Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Até a conclusão desta edição, havia ingressos disponíveis para os três dias no Municipal de São Paulo, e em todos os setores. Mas eram poucos. Recomenda-se pressa na aquisição dos bilhetes.




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