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Espera é de 3 horas no Hospital Nardini
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
24/11/2009 | 07:46
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Dor, cansaço, preocupação e ainda ter que enfrentar uma fila grande para passar pelo atendimento do serviço público de Saúde. Esse é um breve resumo da situação das Unidades Básicas de Saúde, hospitais e ambulatórios médicos de Mauá.

Na tarde de ontem, dezenas de pessoas se amontoavam na espera do PS (Pronto-Socorro) do Hospital Doutor Radamés Nardini, na Vila Bocaina, aguardando ser chamadas ao atendimento enquanto tentavam se abrigar da garoa que caía.

Outros preferiram sentar ao relento, em um dos bancos em frente ao PS, para aguardar o atendimento, previsto para três horas depois. Todos os ouvidos pelo Diário disseram ter sido informados que este era o tempo de espera.

Era o caso de Neide dos Santos e seu filho de 4 anos que aguardavam o atendimento de Francisco Leandro de Andrade.

"Chegamos à 1h e só agora, às 17h30, é que meu marido foi atendido. Ele está com falta de ar há três meses e sempre dão injeção de Voltarem ou Benzetacil. E isso não resolve", declarou Neide.

Ao ser informada sobre a existência do projeto do vereador Edgard Grecco Filho (PDT), que estabelece o tempo máximo de espera de 15 minutos em postos de Saúde, ela lembrou que há dois meses, quando houve o surto da gripe suína, o atendimento chegou a ser prestado neste tempo.

"Venho aqui por falta de opção. Minha mãe foi internada também neste hospital em agosto do ano passado, e precisei ir na farmácia aqui em frente comprar analgésicos, luvas e seringas descartáveis, prescritos pelo médico", lembrou-se.

FURÚNCULO - Um furúnculo debaixo do braço esquerdo fez o carpinteiro Cleberson Barros da Silva procurar atendimento no Hospital Nardini. Ele, a mulher e a filha de 3 anos também aguardavam sentados embaixo da garoa. "Não consigo nem trabalhar direito. Estamos aqui há mais de uma hora e pelo visto vai demorar", disse Cleberson Silva, apontando para a recepção lotada.

ZAÍRA 2 - Já na UBS Zaíra 2 a dona de casa Jocemira da Silva e a filha de 14 anos aguardavam atendimento há cerca de uma hora e meia, segundo contaram.

"Minha filha está há um mês com dor no peito e falta de ar. Ela tem problema no coração. Já viemos três vezes aqui e não resolvem nada", contou Jocemira.

Além da demora no atendimento, ela relatou que nas três ocasiões que esteve no local, o banheiro estava muito sujo e com a pia entupida.

"Essa UBS está pior que banheiro de rodoviária. Também faltam remédios e o atendimento precisa melhorar muito. O médico nem olha na cara da gente. Nem parece que se formou para cuidar de pessoas", relatou a dona de casa.

Procurada para comentar o assunto, a Prefeitura de Mauá não respondeu.

 Mulher conta que há 10 anos situação de unidade só piora

 A dona de casa Marilda Maria Caldeiros, 43 anos, contou que, há um mês, toma medicação forte para tentar curar as varizes inflamadas que tem na perna esquerda. E que já gastou cerca de R$ 200, tendo passado pelo menos três vezes por atendimento de clínicos-gerais no Pronto-Socorro do Hospital Doutor Radamés Nardini.

Ela contou que ontem optou por passar por um médico cirurgião, após ter sido informada de que o atendimento seria mais rápido desta maneira.

"A atendente me disse para passar pelo cirurgião, que demoraria menos que o clínico. Até analgésico tive que comprar porque não tinha, além do antibiótico e desses outros três remédios", disse Marilda, mostrando uma sacola cheia de medicações.

Contando que vive próximo ao hospital há dez anos disse que a cada ano o atendimento só tem piorado.

"O Nardini pode fechar. No sábado passado estive aqui e fiquei das 18h30 até às 23h esperando para ser atendida", disse, se queixando de dores na perna.




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