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GM acumula problemas e deve perder primazia para japoneses
Da AFP
22/12/2005 | 20:05
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As dificuldades crescem para a gigante americana do setor automotivo General Motors: queda contínua do valor de suas ações na Bolsa, risco de perder o primeiro lugar mundial para a japonesa Toyota e a decisão do investidor Kirk Kerkorian de reduzir sua participação no capital do grupo. A empresa acumula uma perda de aproximadamente 51% em um ano. Em virtude das dificuldades financeiras, a GM vem sendo obrigada a reduzir sua capacidade de produção. A perda de sua condição de líder mundial para a japonesa Toyota é uma questão de tempo, afirmam analistas.

A Toyota informou na terça-feira que pretende produzir 9,06 milhões de veículos em 2006, o que representa um incremento de 10% em um ano e quase o mesmo volume que a GM planejava produzir em 2005 (9,08 milhões de unidades, contra 9,098 em 2004). "A Toyota alcançará a GM no próximo ano se continuar crescendo neste ritmo", previu Ysuhiro Matsumoto, analista da BNP Paribas. Eles destacou também que a empresa japonesa "sempre publica cifras prudentes para se assegurar de que alcançará os objetivos fixados".

"Não se trata de um jogo entre duas equipes", respondeu a GM em comunicado. "É como se todas as equipes do campeonato estivessem em campo e houvesse mais uma bola; portanto, não nos concentramos num só competidor", acrescentou o da GM, Richard Wagoner. Segundo ele, a GM se concentra nos "mercados com grande potencial, como China e Brasil", onde a GM "tem grande êxito".

A empresa americana anunciou em novembro o fechamento de várias fábricas na América do Norte e a eliminação de 30 mil postos de trabalho. E prevê ainda reduzir em US$ 15 bilhões os gastos de saúde com empregados e aposentados. No entanto, segundo Peter Morici, professor de economia da Universidade de Maryland, "nenhuma dessas medidas poderá resolver os problemas sistêmicos da GM ou evitar seu declínio a longo prazo".

Os analistas da agência financeira Standard and Poor's (SP) na semana passada modificaram (de BB- para B) a classificação da GM, cujos títulos se encontram na categoria de alto risco ('junk bonds'). O grupo perderá, segundo a agência, US$ 5 bilhões somente na América do Norte e poderá terminar se submetendo a uma concordata.

Nesse contexto, os analistas relativizaram nesta quarta-feira o anúncio da venda de cerca de 12 milhões de ações da GM por parte da sociedade de investimentos Tracinda, propiedade do multimilionário Kirk Kerkorian. A notícia "não é positiva para a GM", admitiu Art Hogan, analista da Jefferies. "Mas é o menor de seus problemas", observou ele, ressaltando que a retirada de Kerkorian se realiza por questões fiscais.




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