A popular Festa Italiana de São Caetano, que teve neste domingo à noite encerrada sua nona edição no Espaço Matarazzo, poderá mudar de local no próximo ano. As duas opções seriam: a área que abrigou o prédio da Cerâmica Matarazzo e hoje permanece desativada, ao lado da ex-praça Ermelino Matarazzo e da igreja Matriz Velha, no mesmo bairro Fundação, ou o Espaço Verde Chico Mendes, no bairro Cerâmica, embora as chances sejam menores.

O presidente da Comissão de Festejos da Prefeitura, Paulo Bottura, não confirmou a notícia. “Houve uma conversa nesse sentido, mas nada foi consolidado”, disse ontem à tarde, enquanto supervisionava o trabalho dos voluntários nos preparativos da última noite de festa. Bottura praticamente descartou o Chico Mendes, e disse que o novo espaço seria do lado oposto ao local em que, até ontem, abrigou o evento gastronômico. “Essa outra área, ao lado da igreja e da praça, também está liberada para uso da Prefeitura.”

O coordenador da barraca do Conselho da Fundação, Dércio Silva, 74 anos, que mora no bairro há 73 anos, afirmou que a Prefeitura tem interesse em transferir a festa para onde a Matarazzo fabricava cerâmicas. “A infra-estrutura daqui seria levada para esse local, que tem área inclusive maior”, disse.

Contudo, a possível mudança do local de realização da festa não agradou alguns voluntários. “Não, deixa a festa aqui mesmo”, disse, assustada, a mamma Fridireke Salles, 66 anos, filha de alemães e voluntária da Creche Oswaldo Cruz, que ontem realizou o almoço de confraternização para 400 pessoas. “Fazemos tudo com amor. Não perco uma edição”, acrescentou a responsável.

“O Chico Mendes não tem condições para abrigar uma festa deste porte”, opinou Juan Sanches Dumas, 63 anos, outro voluntário da creche. A presidente da mesma entidade, Ilercy Checchetto Morales, 42 anos, afirmou não ter ouvido falar em uma possível mudança de local. “Com certeza, o espaço do Chico Mendes é pequeno”, disse.

Pendência – A primeira edição da Festa Italiana de São Caetano foi realizada na rua em agosto de 1993. Somente em 1997 o evento passou a ser feito no terreno que ainda pertence à família Matarazzo, embora diretores da Prefeitura afirmem que um “empréstimo por comodato foi realizado, de forma verbal, pela família à administração”. Contudo, o processo ainda está sob pendências jurídicas.