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McLaren admite interesse em Schumacher
Flavio Gomes
Especial para o Diário
08/07/2000 | 00:05
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Quando terminar o contrato de Michael Schumacher com a Ferrari, no final de 2002, o alemao, se quiser continuar correndo na Fórmula 1, já tem emprego garantido. Quem deu a dica, nesta sexta, foi o chefe da arqui-rival McLaren, Ron Dennis. Em declaraçao até surpreendente, feita à imprensa inglesa, o dirigente abriu uma porta para o piloto alemao.

"Schumacher deve ficar na Ferrari até o final de seu compromisso. Depois disso, nada impede uma negociaçao entre nós", disse Dennis. Michael tem 31 anos. Quando acabar seu atual contrato, estará prestes a completar 34, ainda com alguns "anos úteis" pela frente. No início desta temporada, o piloto declarou que pretendia correr mais cinco anos. Ou seja: mais dois após o encerramento de sua aventura ferrarista, que começou em 1996.

Um eventual casamento entre Schumacher e a McLaren, se vier a acontecer, certamente nao será celebrado graças à simpatia que o piloto tem por Ron Dennis - próxima do zero. O que pode ajudar é a boa relaçao mantida por ele com a cúpula da Mercedes-Benz, empresa que é dona de 40% da equipe.

Foi a Mercedes que bancou a entrada de Schumacher na F-1, pagando US$ 300 mil à Jordan para que ele pudesse disputar o GP da Bélgica de 1991 no lugar de Bertrand Gachot, que estava preso na época - ele se envolveu numa briga de trânsito em Londres e jogou gás paralisante no rosto de um motorista de táxi.

Pela Mercedes, Schumacher disputou o Mundial de Marcas no final dos anos 80 e início dos 90, formando na equipe que tinha também Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger como pilotos. Até hoje, Michael mantém relaçao mais do que amistosa com pelo menos um alto dirigente da Mercedes, o gorducho Norbert Haug.

Haug é o homem na montadora que cuida do programa de F-1. Domingo passado, em Magny-Cours, Schumacher, que tinha abandonado a corrida algumas horas antes, esteve com o dirigente. O piloto usava um avental de barman e servia cerveja a todos que confraternizavam no motorhome da FIA. Entre os que foram beber com Schumacher estavam, além de Haug, o projetista da McLaren Adrian Newey e o piloto da Williams Jenson Button.

Coulthard - A polêmica entre Schumacher e David Coulthard, que reclamou do comportamento do alemao no GP da França, nao deve ter grandes consequências. O escocês disse nesta quinta, em Mugello, que nao ia mais tocar no assunto. "Só falo sobre o futuro e o presente. Nao tenho tempo para polêmicas do passado", declarou o piloto da McLaren, vice-líder do Mundial - ele está 12 pontos atrás de Schumacher.

Coulthard fez um gesto obsceno para o alemao na primeira tentativa de ultrapassagem sobre o ferrarista na curva Adelaide. Depois, pediu desculpas pelo que ele mesmo considerou falta de educaçao, mas atacou Schumacher por ter mudado a trajetória de forma "pouco esportiva", mantendo sua posiçao. "É verdade, ele fez um gesto curioso com a mao. Mas, fora isso, o resto foi tudo normal", desconversou Schumacher.




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