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Emprego industrial patina no Grande ABC
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
04/05/2005 | 13:30
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O ritmo de criação de novas vagas de emprego industrial no Grande ABC e no Estado de São Paulo diminuiu, segundo pesquisa divulgada terça-feira pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Apesar de apresentarem variação positiva em março, as cidades da região, com exceção de Diadema, registraram no primeiro trimestre de 2005 resultados inferiores aos do mesmo período do ano passado.

A regional de Santo André – que também inclui Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – teve o melhor resultado da região em março na comparação com o mês anterior – crescimento de 0,72%, seguida de Diadema (0,52%), São Bernardo (0,39%) e São Caetano (0,14%). Em todo o Estado de São Paulo, o crescimento foi de 0,45% no mês, com geração de 8.716 vagas.

Já na comparação trimestral, Santo André registrou 0,27% de crescimento em 2005, contra 0,42% no mesmo período de 2004; São Bernardo, 0,92% contra 1,56%; e São Caetano, -0,06% contra 1,42%. A única alta da região foi a de Diadema, que registrou no primeiro trimestre deste ano crescimento de 2,41% contra 1,87% em 2004. No Estado de São Paulo, a comparação também é desfavorável: 2,4% entre janeiro e março deste ano contra 2,64% no mesmo período de 2004.

“Há uma estabilização no ritmo de geração de empregos. As vagas na indústria continuam crescendo, mas numa velocidade menor que em 2004. A partir de outubro, registramos a mesma taxa anualizada, de cerca de 5% para todo o Estado. Há uma nítida perda de dinamismo”, afirma Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia do Ciesp.

Segundo Tabacof, há grande expectativa no empresariado paulista quanto à consolidação do cenário econômico brasileiro nos próximos meses, especialmente com relação ao câmbio e à taxa básica de juros (Selic) – elevada na semana passada de 19,25% para 19,50% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.

“Há uma certa ansiedade na indústria. Os empresários não sabem ao certo o que irá acontecer no futuro. Por isso, ficam mais reticentes na hora de contratar e investir. O receio também diz respeito às exportações, que já mostram alguns sinais de estagnação”, afirma.

O diretor atribui a manutenção do nível de emprego no início deste ano – mesmo com a desaceleração – ao aumento do crédito ao consumidor. “O moderado dinamismo da indústria e do emprego em São Paulo ainda está sendo influenciado pelo crédito consignado, que acabou aumentando o dinheiro disponível ao consumidor para realizar compras de diferentes tipos de produto”, afirma.

Os setores da indústria que mais geraram vagas em março foram refino de petróleo e destilação de álcool (3,51%), bebidas (1,24%) e produtos alimentícios (1,04%). Com forte presença no Grande ABC, a categoria material de transportes – que abrange montadoras e autopeças – teve crescimento do emprego de 0,27%.

Lentidão – O diretor-executivo do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Júlio Sérgio Gomes de Almeida, também acredita na estabilização do crescimento da indústria e das taxas de emprego. “A indústria já mostra alguma estagnação no crescimento, e isso se reflete no emprego, mas não estamos do lado oposto, em recessão. Acontece que o que crescia rapidamente no ano passado cresce a passos de tartaruga neste ano”, afirma.

Diadema – Com o resultado de março, o emprego industrial em Diadema cresceu pelo 20º mês consecutivo de crescimento no emprego industrial. No ano passado, o município foi, proporcionalmente, o que mais gerou vagas industriais no Estado de São Paulo, com alta de 10,54%. Em segundo lugar no “ranking” de 2004 das cidades paulistas, figurou São Caetano (9,31%). São Bernardo teve alta de 5,29% e Santo André de 1,55%. Em todo o Estado de São Paulo, a elevação do emprego industrial foi de 5,01%, com a geração de 93,6 mil vagas ao longo do ano.



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