“Viver intensamente é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, amar, achar a verdade nas coisas que faz”. A frase é da libertária Leila Diniz (1945-1972), que recebe homenagem 30 anos após sua morte. A Mostra Leila Diniz começa nesta segunda no Centro Cultural Banco do Brasil com o lançamento do livro Leila Diniz, Filmes – Homenagens – Histórias, que reúne textos críticos, depoimentos, uma biografia curta escrita por Regina Echeverria e a filmografia da atriz.

Um dos depoimentos mais esclarecedores sobre Leila é o da amiga Marieta Severo: “Existia uma sociedade muito conservadora, por quem ela era muitas vezes mal interpretada, mas isso não fazia com que ela mudasse seu comportamento. (...) Ela não abria mão de sua força vital. (...) Na década de 60, uma mulher se expressar em relação à própria sexualidade da forma como ela se expressava e não poder ser catalogada como vagabunda, desconcertava. (...) Porque era evidente que nada nela sugeria vulgaridade”.

Uma das imagens mais conhecidas de Leila é aquela em que ela aparece na praia, de biquíni, grávida – uma ousadia no início dos anos 70 – de Janaína, sua filha com o cineasta Ruy Guerra. “Exibir aquele ventre livre, aquela barriga, na praia, no sol, orgulhosa, foi romper com anos de preconceitos”, afirma sua irmã Ligia no livro.

Dos 15 filmes em que Leila atuou, 12 serão exibidos a partir de terça até 7 de abril. Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos de Oliveira, abre a programação às 13h. Seguem-se Jogo Perigoso, de Luiz Alcoriza, às 15h, e Edu, Coração de Ouro, de Domingos de Oliveira, às 17h. A cinebiografia Leila Diniz, de Luiz Carlos Lacerda, estrelada por Louise Cardoso, também está programada.

Mostra Leila Diniz – Lançamento do livro Leila Diniz, Filmes – Homenagens – Histórias e exibição de filmes. Abertura segunda, às 19h, somente para convidados. No Centro Cultural Banco do Brasil – r. Álvares Penteado, 112, São Paulo. Tel.: 3113-3651.