Os mercados tiveram mais um dia negativo nesta quinta-feira, influenciados pelo mau humor internacional. O dólar comercial registrou valorização de 1,38%, cotado a R$ 2,270 na compra e R$ 2,272 na venda. Já a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que chegou a cair quase 2% durante o dia, inverteu a tendência, influenciada pela queda de cerca de 50% nas ações da Varig,  e fechou em alta de 0,49%, aos 35.438 pontos e volume financeiro de R$ 2,880 bilhões.

O dia foi tenso nos mercados mundiais. Na Europa, as principais bolsas fecharam em queda depois que o Banco Central Europeu elevou seus juros para 2,75% ao ano. Nos Estados Unidos, as bolsas cairam com as baixas nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (treasuries).

O clima negativo se instalou nos mercados após as declarações de Ben Bernanke, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), de que a economia norte-americana passa por uma desaceleração, que aponta o fim da fase de crescimento e juros baixos.

O aumento nos juros dos EUA é motivo de preocupação para o mercado financeiro brasileiro, já que a tendência é de que investidores retirem dinheiro de mercados emergentes, como o Brasil, e migrem para países como os Estados Unidos, onde os riscos são praticamente nulos e os retornos são mais atraentes às aplicações.

No cenário interno, não ajudou a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre a reunião da semana passada que reduziu os juros para 15,25% ao ano.

Segundo o documento, a instabilidade no mercado externo gerou incertezas em relação ao comportamento da inflação. Em razão disso, em caso de maiores riscos, a política monetária será "adequada às circunstâncias", o que põe em dúvida a queda da Selic.