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DNA materno influencia a formação do cérebro do feto
Da AFP
19/12/2006 | 16:51
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O patrimônio genético da mãe influencia diretamente o desenvolvimento normal do feto, particularmente do cérebro, o que pode ajudar a compreender patologias como o autismo ou a síndrome do intestino irritável, segundo um estudo de cientistas franceses.

"Esta descoberta tem implicações na compreensão do autismo, um problema de desenvolvimento, ou da síndrome do intestino irritável, que afeta 20% da população" francesa, afirmou Jacques Mallet, responsável pelo estudo, publicado na segunda-feira na revista da Academia de Ciências Americana PNAS.

Durante a concepção, o pai e a mãe transmitem cada um uma parte de seu patrimônio genético. Mas esta equipe de cientistas descobriu uma influência da mãe no feto independente dos genes que tiver adquirido de ambos os pais.

Assim, os pesquisadores estabeleceram "pela primeira vez" o papel crucial da serotonina materna - que depende de seus próprios genes - no desenvolvimento fetal, em particular do cérebro, mas também do coração e do tubo digestivo.

A serotonina, uma substância que atua principalmente como neurotransmissor, está envolvida em vários processos: regulação do ciclo sono/vigília, controle da temperatura corporal, da pressão arterial, da ingestão de alimentos e do comportamento sexual ou materno.

Sua produção pelo próprio embrião nunca havia sido detectada em mamíferos até o último terço da gestação. A equipe de Mallet e Francine Coté, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) francês, acaba de demonstrar que, nos primeiros estágios embrionários, esta substância provém da mãe.

Para prová-lo, recorreram a ratos geneticamente modificados, alguns dos quais foram privados do gene tph1, que gera 95% da serotonina que circula no sangue. Posteriormente, fizeram cruzamentos genéticos para a reprodução dos animais.

O resultado foi que apenas um elemento predominou: o nível sangüíneo da serotonina materna. Quando este era baixo, os recém-nascidos apresentavam anomalias em sua arquitetura cerebral, fosse qual fosse sua própria capacidade de produção desta substância. Além disso, seu tamanho era de 15% a 30% inferior ao daqueles nascidos de mães com níveis normais de serotonina.

Os cientistas não descobriram nenhuma influência do pai nestes processos.

Este "é o primeiro exemplo em mamíferos de suplantação de um gene embrionário por um gene materno", destacaram os cientistas.




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