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Bachelet nega pressões de Bush para que Chile se oponha à Venezuela
Da AFP
08/06/2006 | 20:04
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A presidente do Chile, Michelle Bachelet, reuniu-se nesta quinta-feira pela primeira vez na Casa Branca com o colega George W. Bush, e negou que tenha havido pressões para o país votar contra a candidatura da Venezuela ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Bachelet e Bush conversaram sobre as ameaças à democracia na região e suas respectivas políticas energéticas, temas que envolveram a Venezuela, mas, segundo a presidente chilena, não se falou sobre a vaga da América Latina e do Caribe ao Conselho de Segurança, à qual aspiram o governo venezuelano e a Guatemala.

"Foi uma reunião grata, fluida, em meio ao respeito de cada país pela posição do outro, Conversamos sobre como cada país vê a região, seus dilemas, a solução para temas como a pobreza, a democracia", explicou Bachelet, destacando o sentido de humor de Bush.

"Não tocamos específicamente na questão do Conselho de Segurança", esclareceu.

Segundo fontes chilenas presentes na Casa Branca, os Estados Unidos buscam ativamente que o Chile - a quem consideram um exemplo para a região - reflitm sobre sua orientação socialista - opondo-se à candidatura da Venezuela na ONU, que se definiría a partir de outubro.

Brasil e Argentina indicaram a vontade de apoiar a candidatura venezuelana, e Bachelet, que ainda não anunciou publicamente a orientação a ser tomada, disse a Bush que não deseja conflitos com os vizinhos.

"O Chile é parte da América Latina, queremos manter as melhores relações com nossos vizinhos", afirmou.

Em breve declaração à imprensa, na Sala Oval junto com Bachelet, Bush indicou que "as relações de vizinhança são importantes para os Estados Unidos". "É significativo para nosso país estar presente na região, trabalhar com amigos e aliados para ajudar ps demais", destacou.

Estados Unidos e Chile têm um acordo de livre comércio vigente desde 1 de janeiro de 2004, com o aumento do intercâmbio da ordem de 88% nos primeiros dois meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2003.

Ambos os governantes debateram suas respectivas políticas energéticas e de petróleo - um tema que também envolve a Venezuela, quarto fornecedor de cru aos Estados Unidos e que vende petróleo a vários países da região a preços subsidiados ou com facilidades de pagamento, segundo a presidente.

Antes da visita à Casa Branca, Bachelet depositou uma coroa de flores no monumento ao ex-chanceler chileno Orlando Letelier no centro de Washington, erguido no local onde ele foi morto, vítima de atentado com carro bomba junto com sua assistente Ronnie Moffitt, em 1976, por agentes da ditadura militar chilena.

"Letelier morreu lutando por um país mais justo, mais humano, mais solidário, mais democrático", afirmou Bachelet no local.

O pai da presidente, o general da Força Aérea Alberto Bachelet, morreu na prisão no Chile em 1974 depois de torturado por seus camaradas de armas que se somaram à ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Pela manhã, a presidente visitou a escola Bethesda (Maryland) a qual freqüentou quando tinha 11 anos, e se emocionou ao ser recebida pelos alunos com o hino chileno.

Bachelet prosseguirá nesta sexta-feira a viagem que a levará a Jamaica, Haiti e República Dominicana.




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