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Brasil e Bolívia firmam acordo para calibrar medição de gás natural
Da Agência Brasil
19/05/2005 | 18:37
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Enquanto a Lei de Hidrocarbonetos do governo boliviano suscita polêmica em relação ao aumento do preço do gás natural produzido naquele país, o IBMetro (Instituto Boliviano de Metrologia) assinou nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) um acordo de cooperação técnica que visa, entre outros objetivos, possibilitar a redução da margem de erro na medição do gás negociado entre os dois países.

Segundo a assessora técnica da Coordenação de Articulação Internacional do Inmetro, Taynah Lopes, o acordo é bastante amplo nas áreas de metrologia científica e legal e terá vigência imediata, com validade por três anos. Na área de metrologia científica, ela explicou que a questão da vazão se destina à medição de líquidos, incluindo água, petróleo e gás natural.

Esse será um importante instrumento para a economia dos dois países na área de gás natural, avaliou. Considerando que o gás importado pela Petrobrás da Bolívia, hoje da ordem de 24 milhões de metros cúbicos diários, segundo a estatal, pode estar tendo perdas desde a extração até o transporte pelo Gasoduto Bolívia/Brasil e na própria comercialização, Taynah Lopes disse que 1% de diferença na medição do produto pode significar prejuízo financeiro estimados em US$ 62 mil por dia, ou cerca de US$ 22,8 milhões por ano.

Ela destacou que esse prejuízo pode afetar a Bolívia, que vende o gás natural, como o Brasil, por meio da importadora Petrobrás e da empresa transportadora, a TBG. "Assim, na hora da venda pode se ter vários atores que podem estar perdendo esse valor", explicou. Na metrologia legal, a meta é o desenvolvimento de métodos de análise mais apurada, envolvendo a implementação de laboratórios nos dois países. Nesse sentido, o Inmetro está em fase mais avançada que o IBMetro, cuja unidade deve ser inaugurada este ano. A metrologia legal atua na parte da fiscalização para certificar que o produto comercializado entre os dois países tem sua medição realizada de forma correta.

"A idéia é harmonizar, fazer com que os dois órgãos tenham padrões bastante similares para essa medição", disse a assessora. O acordo foi assinado pelo seu presidente do Inmetro, João Jornada, e pelo titular do Ibmetro, Herlandth Lino. Técnicos dos dois institutos se reúnem até esta sexta-feira para fechar o cronograma de trabalho conjunto, informou Taynah Lopes.




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