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Década de estagnação custou ao Japão US$ 10 trilhões
Das Agências
06/12/2001 | 14:25
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A década de estagnação econômica custou ao Japão 1,3 trilhão de ienes (US$ 10,8 trilhões) por causa da queda do valor dos ativos em relação aos anos 80, estimou nesta quinta-feira um alto dirigente do Partido Liberal Democrata.

Tendo em conta a rápida deterioração da economia nipônica, Taro Aso, chefe de estratégia política do PLD (partido da maioria no Japão), pediu que seja adiada a introdução, prevista para abril 2002, de um teto de garantia dos depósitos bancários em caso de quebra.

"O Japão perdeu um total de 1,3 trilhão de ienes nos últimos 10 anos em ativos, e o país sofre com um excesso de dívidas", explicou Aso em entrevista à imprensa.

Ele estimou que, nas atuais condições, o governo não pode deixar que a economia caia em recessão. "Até que o país supere esse estado, o governo deve manter um crescimento igual ou superior a zero, orientando o gasto público para as redes de comunicação e os projetos de fibra ótica", informou Aso.

No seu entender, mais de 100 trilhões de ienes desapareceram do país por causa da queda do setor imobiliário, particularmente propriedades comerciais, enquanto que outros 550 trilhões se volatilizaram na Bolsa.

O governo injetou 140 trilhões de ienes para manter a economia flutuante, uma política que deve continuar sendo mantida, acrescentou.

Aso é um inimigo declarado da intenção do primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, de limitar a 30 trilhões de ienes anuais a emissão das obrigações da dívida pública, e evitar assim o descontrole da dívida pública.

O chefe de estratégia política do PLD se opõe igualmente, segundo a imprensa, a uma promessa do governo popular de Koizumi, que quer impor um limite do montante que pode ser sacado do banco pelos cidadãos, em caso de quebra.

Ele pediu que a medida seja adiada por dois anos.

Antes de 1996, o governo havia garantido de forma ilimitada os depósitos nos bancos japoneses para assegurar que os pequenos poupadores não retirariam seus depósitos em caso de pânico, mas logo prometeu que reduziria o total a 10 milhões de ienes por conta bancária, a partir desse ano.

O temor a uma fuga em massa dos poupadores japoneses, assim que fosse levantada a medida, já havia levado Tóquio a adiar a medida de abril de 2001 para abril de 2002, para as contas de poupança, e para abril de 2003 para as contas correntes.




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