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Jornalistas e voluntários treinam para atuar em zonas de conflito
Da AFP
24/12/2004 | 14:47
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Os seqüestros de voluntários humanitários e jornalistas no Iraque, alguns com final feliz e outros com desfechos trágicos, confirmaram a necessidade de treinamento de civis para trabalhar em zonas de conflito.

Os acontecimentos registrados no Iraque durante 2004 demostraram que jornalistas e membros de ONGs (Organizações Não Governamentais) perderam o status de pessoas "neutras" nas guerras modernas e que, cada vez mais, são vítimas de seqüestros, atentados ou alvos de tiros.

Diante da nova conjuntura, as empresas de comunicação, as ONGs e até as empresas que trabalham nos países em crise intensificaram a preparação de suas equipes, que treinam em institutos especializados para enfrentar situações de extremo risco.

Os cursos, extremamente rigorosos, estão a cargo de militares - em atividade e da reserva - e especialistas em segurança que combinam o ensino teórico com demonstrações práticas de grande realismo: tomada de reféns, postos de controle, tiroteios, minas terrestres e evacuações.

Treino - Uma base do exército francês em La Valbonne (perto de Lyon), quatro e meia da manhã, em pleno inverno: três jornalistas e três voluntários dormem em uma barraca em um hangar (chamado de "terra de ninguém") quando começam a ouvir tiros e explosões.

A líder do grupo localiza por rádio seu contato da ONU na fictícia Federação da Valbônia para saber o que está acontecendo.

"Parece que as milícias estão se enfrentando em uma área próxima a vocês. As tropas do governo já não controlam essa região. Fiquem alerta", ouve.

O grupo se organiza rapidamente sob as ordens da líder, uma jornalista. Os disparos parecem mais próximos em meio ao escuro e à neve.

A repórter, que integra um suposto grupo de observação da União Européia (UE) em um país em conflito, volta a chamar seu contato: "Precisamos ser evacuados imediatamente", diz, enquanto seus companheiros - com coletes à prova de bala - tentam manter a calma.

A resposta chega pelo rádio. "Mensagem recebida. Tentaremos evacuá-los o mais rápido possível, mas é complicado porque as estradas não são seguras. Não sabemos o tempo que a operação pode demorar."

Meia hora depois, em meio a um tiroteio simulado, um blindado entra no acampamento e um grupo de soldados evacua em questão de segundos a missão da UE.

A retirada de emergência é apenas uma das várias simulações do treinamento de cinco dias do Instituto Bioforce Desenvolvimento, um organismo privado que trabalha há 20 anos com o exército francês.

A formação teórica e prática também conta com uma reprodução das condições de vida em uma zona em conflito.




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