"A greve está na universidade", disse neste domingo o diretor da Andes-Sindicato Fernando Neves, membro do comando nacional de greve. O conjunto de servidores federais, que iniciou o movimento no dia 10, reivindica reajuste salarial de 63,68%. Na quarta-feira está previsto ato contra o governo, em Brasília.
Docentes da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp) já aderiram ao movimento, enquanto seus colegas das Universidades Federais de Sao Carlos (UFSCar) e Minas decidiram paralisar as atividades por um dia, na quarta-feira, segundo a Andes-Sindicato.
O presidente em exercício da entidade, Dalton Macambira, informou que, além do reajuste, os professores defendem a expansao do número de vagas nas instituiçoes, com a contrataçao de professores. Mas sao contrários ao projeto do governo de contratar docentes pelo regime da Consolidaçao das Leis do Trabalho (CLT).
"Isso ameaçará a liberdade de cátedra, pois permitirá a demissao por divergência ideológica", alertou Macambira. No dia 23 tomará posse o novo presidente da Andes-Sindicato, Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Leher, de oposiçao à atual diretoria, é ligado ao grupo que liderou a greve de 104 dias dos professores em 1998.
Mas nao é só a mobilizaçao de professores que ameaça o funcionamento das universidades. A greve dos servidores técnico-administrativos já atinge 34 das 52 instituiçoes de ensino superior.
O diretor da Federaçao dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) Paulo Guerra informou que está prevista a adesao dos servidores das Universidades Federais de Lavras (MG) e Rondônia. Segundo os sindicalistas, os índices de adesao variam de 40% a 90%.
Neves disse que os professores das federais de Santa Catarina, Roraima e Mato Grosso já decidiram parar esta semana. Na federal do Ceará haverá plebiscito quarta-feira.
O ministro da Educaçao, Paulo Renato Souza, disse na semana passada que pretende discutir as reivindicaçoes dos técnicos-administrativos com os reitores. Mas afirmou que os professores já receberam reajustes de 10% a 50%, em julho de 1998, com a criaçao da Gratificaçao de Estímulo à Docência. "A universidade tem recebido tratamento especial do governo", disse o ministro.
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