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Bancada do PT quer explicação de denunciados por arrecadação ilegal
Da Agência Brasil
26/07/2005 | 22:51
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A coordenação da bancada do PT na Câmara se reuniu nesta terça-feira por mais de cinco horas para fazer uma avaliação sobre as denúncias do envolvimento de dirigentes e parlamentares do partido em um esquema de arrecadação ilegal de recursos. Os deputados cobraram de todos os envolvidos nas denúncias explicações ao PT e à sociedade brasileira. "O ex-ministro José Dirceu deve explicações a toda a sociedade brasileira e a nós do partido, e ao PT, especialmente", afirmou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).

Segundo Biscaia, todos os membros do partido que tenham participado de qualquer irregularidade devem apresentá-las ao PT. "Todos devem colocar claramente na bancada para que nós não sejamos a cada dia surpreendidos com fatos que envolvam militantes ou um parlamentar do PT. Isso é absolutamente inaceitável, um grande grupo de deputados se sente traído a todo o momento", afirmou.

Para o secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, o partido não vai se pautar pela atual crise política - mas trabalha para apurar as responsabilidades dos membros da legenda que estejam envolvidos em irregularidades. "Eu não vou ficar em cada caso agindo como se o PT fosse CPI. O PT não é CPI, tem sua atividade inclusive construindo agenda política para o segundo semestre, que envolve reforma política, reforma tributária, a lei geral das micro e pequenas empresas, a discussão sobre o Orçamento de 2006", ressaltou.

Segundo Berzoini, a Comissão de Ética do partido já está apurando as denúncias sobre o tesoureiro licenciado Delubio Soares. "A Comissão vai se pronunciar sobre a responsabilidade dele e propor uma penalidade no final do processo. Eu já disse a minha opinião, que é pela expulsão, mas quem define é o Diretório Nacional do PT", afirmou.

Sobre as afirmações da esposa do publicitário Marcos Valério, Renilda Sousa, de que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu teria conhecimento dos empréstimos irregulares feitos por Delubio Soares, Ricardo Berzoini disse que o partido não vai agir com base em declarações. "A CPI tem sua dinâmica. Se uma pessoa vai lá e cita outra, não quer dizer que o partido vai agir como se fosse instância paralela da CPI. O partido tem que agir como uma instância política com uma agenda que não se limita à crise. O partido vai discutir cada fato a partir das comprovações", afirmou.

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), admitiu que existe uma insatisfação geral na bancada diante das denúncias. Mas disse que ainda é cedo para o partido fazer julgamentos sobre a conduta de seus membros. "Nenhum de nós temos todas as informações ainda. Não creio que haja necessidade de chamar o José Dirceu ou qualquer outro deputado do PT, até porque os depoimentos da CPI até o momento são contraditórios. Temos que aguardar", disse.




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