Embarcaram no porto de Pireu, em Atenas, 526 pessoas, entre elas 63 tripulantes. Pouco depois das 22h de terça-feira (16h de Brasília), a embarcaçao se chocou com um rochedo assinalado nos mapas de navegaçao e por um dispositivo luminoso, a três milhas marítimas da ilha de Paros.

O ``Express Samena' afundou muito rapidamente, ``em menos de meia hora', declarou um sobrevivente britânico. O ministro grego da Justiça, Michalis Stathopulos, atribuiu nesta quarta o naufrágio a ``uma negligência criminosa'.

O capitao do ferry-boat, Vasilis Yanakis, e seu inferior, Anastasios Psycohios, assim como outros três responsáveis, estao detidos na capitania do porto de Paros, por ordem do promotor público, informaram fontes judiciais. Segundo o depoimento de membros da tripulaçao, o capitao e seu inferior nao se encontravam na ponte no momento do acidente.

O pânico e o improviso reinaram durante a evacuaçao do ``Express Samena'. ``As 22h05, aproximadamente, ouvimos um grande golpe e pensamos que fosse uma onda que tivesse atingido a embarcaçao com força', declarou uma sobrevivente. De acordo com o seu relato, ``nao havia nenhum tripulante presente para nos dar explicaçoes. Entendemos que as coisas nao iam bem, que a embarcaçao estava avariada. Além disso, a água começou a entrar imediatamente'.

O ministro da Marinha Mercante, Christos Paputsis, afirmou que o número de passageiros que embarcaram no ``Express Samena' ultrapassava em pelo menos 20 pessoas o registrado pela companhia Hellas Ferries antes do embarque. Quarenta estrangeiros estavam no ferry-boat, segundo a empresa.

O ``Express Samena' faz viagens diárias do porto de Pireu para as ilhas de Paros, Naxos (nas Cíclades), Icaria, Samos e Patmos (Leste do Mar Egeu). O ferry-boat estava em serviço há 34 anos e deveria ser retirado de navegaçao em 2001.

A busca por sobreviventes continuava nesta quarta, na regiao de Paros. Participavam helicópteros Super-Puma do Exército grego e dois helicópteros britânicos com base em dois navios que atravessavam a regiao, o porta-avioes ``Invincible' e a fragata ``Liverpool'.

As condiçoes climáticas sao muito difíceis devido aos ventos violentos na regiao, e dificultam as operaçoes de socorro. O prefeito de Paros, Constantin Argulas, declarou no rádio que ``as condiçoes nao eram favoráveis para se achar sobreviventes'.

Além dos afogados, entre eles crianças, o subchefe da polícia portuária de Paros, Dimitris Malamas, também morreu, no centro médico da ilha, vítima de um ataque cardíaco que sofreu durante a operaçao de evacuaçao.