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Lula desembarca na China após escala na Ucrânia
22/05/2004 | 21:46
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou sábado à China com quase duas horas de atraso: no desembarque, às 23h20 (horário de Pequim), era esperado na pista por cerca de 70 pessoas, entre autoridades chinesas e diplomatas brasileiros. Lula foi recebido pelo vice-ministro de Relações Exteriores chinês, Zhou Wenzhong, e não falou com a imprensa. A comitiva presidencial ficará hospedada no palácio Diao Yutai, local reservado pelo governo chinês para hospedar chefes de Estado que visitam o país.

No aeroporto, além da limusine que transportou o presidente e a primeira-dama, uma frota de 20 carros e dois microônibus foi colocada à disposição da comitiva presidencial. Para saudar o visitante, as autoridades chinesas colocaram dezenas de bandeiras brasileiras ao lado das chinesas na praça Tiananmen – a Praça da Paz Celestial – diante da Cidade Proibida, marco histórico e turístico do país, onde se realiza a mostra Amazônia: Tradições Nativas, que Lula deverá inaugurar durante sua permanência em Pequim.

Embora o presidente não tenha falado à imprensa, seu assessor, o jornalista Ricardo Kotscho, comentou que, na viagem, entre Brasília e a primeira escala, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, Lula manteve reunião com os governadores que faziam parte da comitiva. Teve tempo, ainda, para outra reunião, esta com o chanceler Celso Amorim. Da Ilha do Sal até Kiev, passou o tempo conversando com os demais ministros. A escala na Ucrânia durou três horas e meia e foi a causa do atraso na chegada a Pequim.

Acordos – Com o presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, Lula reafirmou a vontade dos dois governos de levar adiante projetos bilaterais já acordados na visita de Kuchma ao Brasil no ano passado. Os dois presidentes se encontraram no mosteiro de Lavra, que tem cerca de mil anos, e depois seguiram para um breve passeio pela cidade. Visitaram o Monumento à Segunda Guerra Mundial e as catedrais de São Miguel, famosa pela abóbada dourada, e de Santa Sofia.

Lula e Kuchma conversaram, principalmente, sobre questões de cooperação política e econômica, sobretudo na área de alta tecnologia, segundo divulgou a assessoria da Presidência ucraniana. Os líderes destacaram o aumento do comércio entre os dois países no ano passado – as trocas comerciais foram de US$ 540 milhões – e a “boa dinâmica geral de cooperação bilateral”, que tem grande potencial e boas perspectivas, de acordo com a assessoria ucraniana.

No Palácio Maryinski, residência oficial de Kuchma, os dois presidentes reafirmaram o interesse dos países em incrementar o ambicioso acordo de cooperação aeroespacial, assinado em outubro de 2003. Pelo convênio assinado na ocasião, a base brasileira de Alcântara, no Maranhão, será convertida em plataforma mundial para lançamento de satélites que seriam equipados com os foguetes propulsores ucranianos Ziklon-4.

O projeto transformará Alcântara em base para os programas espaciais dos dois países e ainda permitirá a comercialização de lançamento de satélites para outras nações. O investimento será de cerca de US$ 80 milhões e o primeiro lançamento do Ziklon-4 em Alcântara está previsto para o início de 2007. Pelo acordo, serão lançados entre cinco e dez foguetes ucranianos por ano.




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