O desempenho da indústria em junho manteve o ritmo de crescimento da oferta de emprego, que se verifica há 12 meses e se configura como o mais longo já registrado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), afirma o economista-chefe da entidade, Flávio Castelo Branco.

Segundo o boletim indicadores industriais de junho, o emprego cresceu 0,4% em relação a maio e aumentou 6,6% na comparação com junho do ano passado. Castelo Branco diz que, no acumulado do primeiro semestre, houve aumento de 4,3% sobre igual período de 2009 e "o nível de emprego superou pela primeira vez o nível pré-crise, em 0,3%".

Em contrapartida, o rendimento médio real do trabalhador na indústria de transformação recuou 1% em junho, frente ao mês anterior, embora tenha crescido 0,9% em relação a junho de 2009.

Feitas as contas, explicou ele, a massa salarial teve redução de 0,6% no mês, e, "não fosse o aumento do emprego, o resultado em relação a maio seria ainda mais negativo".

A perda de ritmo da indústria ficou evidenciada também, segundo Castelo Branco, na queda de 0,6% no faturamento real da indústria de transformação. Também se verificou recuo de 0,3% no total de horas trabalhadas na produção, ante maio, e queda de 0,2 ponto percentual na utilização da capacidade instalada.

Branco explica que a "acomodação" da atividade industrial no período decorre de fatores como a Copa do Mundo e a menor tomada de crédito das empresas por conta da volta do processo de aumentos da Selic e, consequentemente, da elevação dos juros bancários.