Crise econômica mundial, violência, descrença em instituições tradicionais. Apesar de todos os problemas cotidianos, é possível cultivar a espiritualidade e ter uma atitude mais zen no dia a dia. É o que garante a Monja Coen Sensei, 62 anos, da tradição Soto Shu - Zen Budismo, que na última semana esteve na região para atividades com crianças carentes no Parque Celso Daniel, em Santo André.

Um dos caminhos para alcançar esse objetivo pode ser a meditação. "Nossa mente é poderosa, mas não a conhecemos. A meditação é um processo de autoconhecimento que, se usarmos de forma adequada, podemos atingir nossos propósitos", afirma.

A religiosa recomenda a meditação assessorada por professores e pessoas com alguma experiência, para que o pensamento "seja conduzido para a essência do ser humano" e não traga efeitos negativos. Entretanto, para aqueles que queiram se iniciar na prática, é possível começar com pequenos períodos em casa.

"A pessoa deve procurar uma postura correta, estar com a coluna vertebral ereta e praticar a respiração consciente. Isso pode ser feito diariamente por cinco minutos.Também é importante que durante o dia, as pessoas façam pequenas paradas no ambiente de trabalho, para respirar e relaxar", ensina.

FÉ - A Monja Coen Sensei, que ministra cursos e atividades zen budistas em São Paulo, acredita que mesmo com todos os problemas enfrentados no cotidiano, as pessoas ainda não perderam a fé e a religiosidade. "Acho que há uma procura pela fé. Veja que existe um aumento constante no número de adeptos das religiões pentecostais. Novas igrejas estão crescendo desenfreadamente porque a fé está viva no ser humano", acredita.

A zen budista também acredita que o movimento de solidariedade no mundo está crescendo e que as pessoas já se deram conta de que não vivem sozinhas. "Estamos todos interligados. Posso dar como exemplo a crise econômica, pois se um banco quebra nos Estados Unidos, todos nós sofremos com isso. Somos uma teia e o budismo já dizia isso há 2.600 anos."