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Santo André fecha o cerco contra Odair Bermelho
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
29/05/2008 | 07:09
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O reitor Odair Bermelho vê o cerco contra ele se fechar a partir de hoje. Por um lado, o Conselho Diretor da Fundação Santo André vota, às 19h, seu afastamento do cargo. Por outro, o Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) está em vias de concluir o inquérito criminal que investiga denúncias de peculato e fraudes em notas fiscais, publicadas pelo Diário há um mês.

A promotoria praticamente finalizou a apuração do caso, e até agora não houve nenhuma prova que contradissesse as denúncias: há confirmação por escrito de que o evento que teria sido citado por Bermelho em sua prestação de contas para justificar uma viagem ao Maranhão - que custou R$ 10 mil à Fundação - não existiu, e que as notas fiscais de despesas são falsas. Fora esse processo, o Gaerco investiga desvios de verbas em contratações de empresas pela Fundação para a execução do prédio da Faculdade de Engenharia.

Por isso, o reitor deve depor no Gaerco na sexta-feira da semana que vem. A promotoria afirma que essa é a etapa final das investigações. Depois, conforme o depoimento dado por Bermelho, o MP deve denunciá-lo por peculato qualificado, uma vez que ele é o dirigente da Fundação, o que daria pena de dois a 12 anos de detenção.

O advogado Sérgio Salomão Shecairi, defensor de Bermelho, protesta sobre a forma como as investigações estão ocorrendo. Ele afirma que ainda não teve acesso aos autos do processo, e diz que não há estratégia de defesa no caso: a defesa do reitor será "o florescimento da verdade" sobre as viagens e notas fiscais fraudadas.

CONSELHO DIRETOR
O afastamento de Bermelho é a única pauta da reunião do Conselho Diretor hoje. O chefe de gabinete da Prefeitura, Gilmar Silvério, já declarou que os quatro membros da administração municipal votarão pela saída do reitor. A expectativa é de que o presidente da Fundação seja afastado do cargo, pelo menos, até o término das investigações do Gaerco.

Docentes das três faculdades da universidade devem suspender as aulas para acompanhar a reunião. Os funcionários, em paralisação desde segunda-feira, pretendem fazer o mesmo. Os estudantes da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), maior oposição de Bermelho entre os discentes, prometem manifestações em frente à sala da reunião. A Fundação tem 11 mil alunos.

A assessoria de imprensa da Fundação informou que a reitoria não reconhece a legalidade do encontro de hoje - a exemplo do que ocorreu na segunda. Mesmo assim, até ontem à noite, a reunião estava mantida.




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