Além de Guerreiro, a polícia deve ouvir ainda nesta segunda seu cunhado, Manoel Lourenço Cavalcante, o Cláudio, preso no domingo, e o segurança Raimundo Martins. Também participaram do crime os seguranças Leonardo Souza Santos e Jurandir Pereira Ferreira. Todos estão presos na capital cearense sob acusação de latrocínio (roubo seguido de morte), ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

O cônsul de Portugal em Fortaleza, Carlos Pimentel, vai se encontrar nesta segunda com os responsáveis pela perícia dos corpos dos portugueses assassinados para pedir que a liberação dos corpos seja agilizada. As famílias esperam que os restos mortais dos empresários estejam de volta a terra natal deles até o final desta semana.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) do Ceará divulgado na noite do sábado pelo médico-legista Francisco Simão, diretor técnico-científico da Segurança Pública do Estado do Ceará, afirma que os portugueses, que chegaram no dia 12 de agosto a Fortaleza, foram enterrados vivos.

Dois dos portugueses foram mortos a tiros e os outros quatro, espancados, no entanto, todos foram enterrados vivos. De acordo com o laudo, os portugueses demoraram de três a cinco minutos para morrerem asfixiados.

Os legistas encontraram “presença volumosa” de areia na traquéia e brônquios pulmonares, o que só é possível quando se está ainda respirando. Se não tivesse movimentos respiratórios, a areia chegaria no máximo até o nariz, afirmou Francisco Simão.

Três dos mortos estavam com as mãos atadas com panos e um conseguiu se soltar, o que mostra a tensão vivida antes da morte, esclareceu o médico. O médico-legista acredita que todos os empresários foram executados na madrugada de domingo, 12 de agosto, logo após terem desembarcado em Fortaleza.

O corpos dos empresários devem ser liberados do IML daqui a três dias. O enterro ocorrerá em Portugal. Para o reconhecimento oficial dos corpos é necessário o envio de documentos das arcadas dentárias das vítimas e uma procuração de familiares.