A liberdade acabou para um casal de namorados suspeito de estelionatos e assaltos que agia no Grande ABC, há aproximadamente três anos, segundo a polícia. Os acusados escolhiam as vítimas através de anúncios em jornais de classificados e marcavam encontros para ver os produtos a venda. Eles foram presos em flagrante em São Caetano, na tarde de anteontem, ao tentar aplicar seu golpe pela segunda vez na mesma vítima.

A investigação mostrou que a dupla pegava os dados bancários das vítimas para fazer o suposto depósito para pagamento das mercadorias e apresentava o comprovante falso. Porém, o dinheiro nunca entrava na conta dos proprietários dos produtos. Quando o golpe não dava certo, os acusados sacavam arma de fogo e simplesmente roubavam os itens, segundo a polícia.

No último assalto, há quase um mês, eles até obrigaram a proprietária ajudá-los a colocar uma televisão de LCD dentro do carro em que fugiram, de acordo com o registro do caso.

A mulher que levou a polícia à prisão dos suspeitos contou que sofreu o primeiro golpe no dia 4. Com dificuldades financeiras, ela anunciou novamente a venda de uma televisão no mesmo jornal que havia anunciado da outra vez. A vendedora recebeu a ligação do mesmo casal e, com medo de perder outro equipamento, deu o endereço do encontro em um outro local. E procurou policiais do 1º DP de Santo André para se precaver.

O flagrante ocorreu anteontem na Rua Rio Grande do Sul, em São Caetano. A dupla chegou com seu Ford Pampa às16h no local combinado e, ao estacionar o veículo, os investigadores os prenderam. Aidee Bulhões e Ricardo Soares de Sousa Neto, ambos de 45 anos e moradores de São Paulo, não resistiram à abordagem.

Com eles, foram apreendidas duas folhas de cheques preenchidas nos valores de R$ 325 e R$ 350, um caderno com anotações, um celular e o carro que, de acordo com a polícia, era usado nas ações criminosas.

"Esse casal já era procurado. E tínhamos conhecimento de ações criminosas da dupla na Capital e em outras cidades do Grande ABC. Felizmente, a vítima conseguiu identificar a voz dos criminosos e nos procurou para que pudéssemos prendê-los em ação", contou o delegado Márcio Antonio Pereira Macedo. O policial ressaltou que as imagens do circuito interno do condomínio do último crime foram fundamentais para a identificação dos suspeitos.